Engenheiro Antônio Alves de Noronha,
ilustre membro da família Costa
Sobrenome de origem geográfica (Antenor Nascentes, II,81). Foi tomado da quinta
da Costa, comarca de Guimarães, Portugal, com torre e casa forte, de que foi
senhor Gonçalo da Costa, no tempo de D. Afonso I, o 1.º rei de Portugal, em
1129. Esta propriedade ficou em mãos dos seus descendentes até o ano de 1400. É
uma família muito extensa, que se divide em muitos ramos com casas muito
ilustres (Sanches Baena, II,54). Há, também, inúmeras famílias com este
sobrenome, de origem uruguaia, espanhola e italiana. Algumas, originárias de
Gênova. Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome
para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que
todos os Costas existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam
parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela
simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Costa. O
mesmo se aplica no campo da heráldica. Jamais se pode considerar que uma Carta
de Brasão de Armas de um antigo Costa se estenda a todos aqueles que apresentam
este mesmo sobrenome, porque não possuem a mesma origem. No Rio de Janeiro,
entre as mais antigas, está a família de Baltazar da Costa, [c.1565- ?], que
deixou larga e importante descendência, antes de 1595, com Andreza de Souza
[c.1575 - 1655, Rio, RJ], filha do cap. João de Souza Pereira Botafogo,
patriarca desta família Botafogo (v.s.), de São Paulo e Rio de Janeiro
(Rheingantz, I, 415). Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o
filho, Jerônimo da Costa - detalhes adiante, na linha indígena; II - o neto,
padre vigário Gaspar da Costa [c.1617, Rio, RJ - 04.12.1673, idem]; III - o
neto, Francisco da Costa [bat. 06.05.1641, Rio, RJ -], padre da Companhia de
Jesus; IV - o neto, Francisco da Costa II, clérigo do hábito de São Pedro; V -
o neto, frei Paulo da Costa [bat. 18.01.1632, Rio, RJ - Lisboa], carmelita; VI
- o bisneto, licenciado Francisco da Costa Barros [bat. 15.09.1656, Rio, RJ -].
Rheingantz registra mais 282 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII,
que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro. Em Pernambuco, entre
outras, registra-se a família do Coronel de Milícias Bento José da Costa [1758,
Portugal - 1834, Recife, PE], filho de Antônio José da Costa e de Maria. Deixou
numerosa descendência do seu cas., c.1794, com Ana Maria Teodora [1772, Recife,
PE - 1844, Recife, PE], filha de Domingos Afonso Ferreira. Foram pais, entre
outros, de Manuel José da Costa [1809-1883], barão das Mercês - detalhes
adiante. Em São Paulo, entre as mais antigas, encontra-se a família de
Fructuoso da Costa, que veio degredado do reino para a capitania do Espírito
Santo. Em 1573, entrou em S. Paulo no exercício do cargo de escrivão da câmara.
Deixou geração de seu cas., por volta de1575, com Beatriz Camacho (AM,
Piratininga, 43). Ainda, sobre outros Costas, em São Paulo, ver: Américo Moura,
Piratininga, 44; e Silva Leme, I, 9, 15, 49; VII, 429; IX, 57. No Rio Grande do
Sul, entre outras, encontra-se a família de Manuel Antônio da Costa, que deixou
numerosa descendência de seu cas., c.1805, com Laureana Barcelos de Lima. Deste
casal, descendem: Martins Costa, Machado Costa, Borba Costa, Costa Germano,
Costa Hoffmann, Netto Costa e os Tavares Costa. Sobrenome de uma família
originnária da Itália estabelecida no século XIX, em Porto Alegre (Rio Grande do
Sul), para onde passaram em 1888, Domenico Costa [1822 -], com a esposa e
Pietro Costa [1863 -], com a esposa. Importante família, de origem portuguesa,
estabelecida no Pará, que teve princípio em Francisco Galdêncio da Costa
[c.1800, Portugal -], que deixou ilustre descendência do seu cas. com Ludovina
Madalena da Costa. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho,
Comendador Francisco Galdêncio da Costa [25.10.1827, Portugal - d.1889],
patriarca da família Brício da Costa (v.s.), do Pará; II - a filha, Matilde
Isabel da Costa, que foi casada na importante família La Roque (v.s.), do Pará;
III - a filha, Emília Ludmila da Costa, que também foi casada na família La
Roque (v.s.), do Pará. Sobrenome de diversas famílias estabelecidas no Pará,
oriundas da Praça de Mazagão, em África. Entre outros, registram-se: A -
Domingos da Costa, falecido antes da migração das famílias de Mazagão, para o
Pará. Deixou geração do seu cas. com Rosa Maria de Souza, que, no estado de
viúva, migrou para o Pará, compondo o grupo 340 famílias que embarcaram para o
Brasil em 1770, estabelecendo-se na nova colônia de Mazagão. Rosa Maria
integrava a família n.º 33, do corpo de Infantaria da 1.ª Companhia, recebendo
144$557 RS. de praça e moradia. Veio em companhia de dois filhos e de um
sobrinho, a saber: I - o filho, João da Costa, encabeçando o grupo, com 191$993
de moradia, tença e praça; e II - o sobrinho, João da Costa Ribeiro, com 14$615
de sua praça. No Piauí, entre muitas, registra-se a família de Antônio
Florêncido da Costa, nascido por volta de 1818, que deixou larga descendência
do seu cas. com Delfina Fortes de Menezes, da antiga família Fortes (v.s.), do
Piauí. Ainda no Piauí, há a família de José de Oliveira Costa, que, ao que
parece, foi proprietário de um Colégio em Teresina. Deixou importante
descendência do seu cas. com Emília Francisca de Moura. Entre os descendentes
do casal, registram-se: I - o filho, Desembargador Odylo de Moura Costa,
nascido no Piauí, por volta de 1868. Bacharel em Direito pela Faculdade de
Recife, em 1893. Deputado pelo Maranhão. Candidato ao Governo do Maranhão. Deixou
geração de seus dois casamentos: o primeiro, com uma filha do Coronel Falcão,
da Fazenda Castelo; e o segundo, com sua prima, Maria Aurora Alves, filha de
Maurício Fernandes Alves Sobrinho e de Florinda de Oliveira Costa; II - a
filha, Amélia Costa, que deixou geração do seu cas. com Joaquim Antônio de
Noronha. Foram pais do ilustre engenheiro Antônio Alves de Noronha [16.09.1904,
Teresina, PI -], professor catedrático da Faculdade Nacional de Engenharia, RJ
[1943], da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica e da Escola
Técnica do Exército. Docente Livre da Escola Nacional de Arquitetura, RJ; III -
o neto, o escritor Odilo de Moura Costa Filho, nascido no Piauí. Membro da
Academia Brasileira de Letras; IV - o neto, o jornalista Álvaro Alves da Costa,
que deixou geração do seu cas. com Rafaela Cecília Barata, filha do jornalista
e advogado Hamilton Antônio Lopes Freire Barata, e terceira neta do Coronel
Francisco José Rodrigues Barata Freire, patriarca desta tradicional família
Barata (v.s.), do Pará. Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias
de origem indígena. No Rio de Janeiro, entre outras, cabe assinalar a de André
da Costa, nasc. c.1592, filho de Aleixo da Costa e de Jerônima da Costa, «índia
da terra». Deixou geração, em 1622, com Maria Páscoa, pela qual corre o
sobrenome; e a de Agostinho da Costa, que deixou geração, em 1631, com Paula,
«índia do gentio da terra», da casa de Francisco Fernandes de Aguiar
(Rheingantz, I,412). O citado Jerônimo da Costa [c.1597, Rio, RJ - 13.05.1647,
idem], do ramo carioca, foi casado com Maria Pedrosa, irmã de Domingos Pedrosa
de quem não teve filhos. Porém com uma índia, serva de Amador Ribeiro, teve um
filho ilegítimo por nome Miguel. Linha Africana: Sobrenome também usado por
famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de
Pedro da Costa, «crioulo» [escravo de Domingues Aires de Aguirre], que deixou
geração, por volta de1649, com Maria, «preta forra» [ex-escrava do licenciado
Antônio Guerreiros] (Rheingantz, III, 174); e a de Teresa da Costa de Jesus
«forra», nasc. Rio, filha de Maria da Costa, cas. em 1689, RJ, com dispensa de
diferença de condição, por ser ela forra, e seu marido, o «pardo» Bartolomeu
Langosta, ainda escravo da Santa Casa de Misericórdia (Rheingantz, II,381).
Rheingantz registra mais 7 famílias de origens africana, com este sobrenome,
nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.
Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de
Lisboa, a 10.12.1673, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil,
de Filipa da Costa, «cristã-nova», natural de Lisboa, onde morava. Esposa de
Fernão de Lemos, contratador, falecido antes da condenação de sua mulher.
Cristãos Novos: Na Bahia e no Rio de Janeiro, houve perseguição à numerosa
família Paredes da Costa (v.s.), que procedia de Antônio Paredes, cas., por
volta de 1552, com Violante da Costa, de origem judaica. Para São Paulo, ver a
família Costa Mesquita. Sobrenome de algumas famílias de origem judaica
estabelecidas, no Brasil, durante o período holandês. Entre outros,
registram-se: I - Abraham de Costa, comprador de gêneros no Recife em 1642; II
- Abraham Joseph Costa, documentado em 1646; III - Catarina Costa, em 1646; IV
- Dauid da Costa, em 1642, 1646 e 1648. Signatário dos estatutos da Congregação
Tsur Israel, no Recife]; V - Diogo Gomes da Costa, em 1639; VI - Gaspar
Fernandes Costa, em 1637; VII - Issac da Costa, em 1636, 1639 e de 1641 a 1646;
VIII - João da Costa, em 1646; IX - José da Costa, em 1646 e 1650; X - Joseph
da Costa, em 1644, 1645, 1647, 1648, 1651 e 1652 [Signatário dos estatutos da
Congregação Tsur Israel, no Recife]; e XI - Sara da Costa, em 1649 (Wolff,
Brasil Holandês, 33). Ainda em Pernambuco, entre outras, registra-se Ana da
Costa, 1/2 de «cristã nova», filha de Pero da Costa, «cristão novo». No Rio de
Janeiro, registra-se outra Ana da Costa [c.1636, RJ - ?], «cristã nova», saiu
no auto-de-fé de 1684. Na Bahia, Antônio Lopes da Costa, «cristão novo»,
morador em Salvador, saiu no auto-de-fé de 1729. Em São Paulo, Teotônio da
Costa, «cristão novo», morador em São Paulo, saiu no auto-de-fé de 1686 (Wolff,
Dic., I, 47-51). Registra-se, o Auto-de-fé celebrado na igreja do convento de
S. Domingos de Lisboa, a 26.11.1684, a lista das pessoas que saíram confessas
no crime de judaismo, entre outros, José da Costa, «cristão-novo», lavrador,
natural de Lisboa e morador na vila de São Paulo. Nobreza Titular: Manuel José
da Costa [1809 - 05.11.1883], citado acima, ramo de Pernambuco. Deputado,
Agricultor e Coronel da Guarda Nacional. Membro da Aristocracia rural
canavieira. Foi agraciado com o título [24.08.1870] de barão das Mercês. Deixou
extensa descendência do seu cas., em 1831, em Recife, com Caetana Cândida Gomes
[1811, Recife - Recife]. Casado, em segundas núpcias, com Maria Felismina da
Costa. Heráldica: I - em campo de vermelho, 6 costas de prata firmadas, e
postas em 2 palas - 2, 2 e 2, firmadas nos flancos. Timbre: duas costas do
escudo, em aspa, atadas com um torçal vermelho; II - Costas de Alpendrinha: um
escudo partido em pala: na primeira, em campo azul, uma roda de navalhas de
ouro, com as navalhas de prata; e na segunda, em campo vermelho as seis costas
de prata, postas 2, 2 e 2, firmadas nos flancos. Timbre: duas costas em aspa
atadas com um torçal vermelho (Sanches Baena, II,54). Século XVI: III -
Francisco da Costa - Carta de Brasão de 10.05.1571: as armas dos Costas [item
I]. Diferença: um cardo dourado, florido de azul.
FONTE :
"Dicionário
das Famílias Brasileiras", de Carlos Eduardo Barata e Cunha Bueno, Edição
do Autor, dois volumes
http://visaogeralgenea.blogspot.com.br/2012/02/alves-bezerra.html
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