segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O poeta Da Costandrade



Gil Francisco

Professor, jornalista, escritor e político. José Severiano da Costa Andrade, Da Costa Andrade, ou simplesmente Da Costandrade, nasceu em Simplício Mendes (Piauí), em 12 de dezembro de 1906 e faleceu em Brasília a 12 de abril de 1974, deixando viúva e dez filhos. Formado em Direito, exerceu a promotoria pública em Floriano (PI), foi diretor da Imprensa Oficial do Estado e do Instituto de Educação Antônio Freire e sócio fundador de duas entidades culturais: Cenáculo Piauiense de Letras (1927-1932), ocupando a cadeira nº1, que fazia circular o periódico A Revista, e da Associação Piauiense de Imprensa.

O político: deputado estadual (1955-1959), foi líder da bancada da União Democrática Nacional (UDN), e, atuante deputado que era, apresentou vários projetos nas áreas sociais, sempre beneficiando o trabalhador rural e em especial os "palheiros". Na área educacional, criou novas escolas, além da criação de vários municípios. Fundou, juntamente com o senador José de Mendonça Clark, com o então prefeito de Teresina, Agenor Barbosa de Almeida, e o médico Antonio Chysippo de Aguiar, em 1958, o Partido Republicano – Seção do Piauí. Com a fundação de Brasília, foi nomeado chefe do escritório da Novacap (designação da nova capital do Brasil quando da sua inauguração, em 1960) em Recife, transferindo-se posteriormente com a família para a capital federal, onde foi chefe do gabinete do Ministro da Educação e Cultura, do ministro Clóvis Salgado, do Sistema Educacional de Brasília – Caseb, e tesoureiro da Fundação Educacional do Distrito Federal e prefeito municipal de sua terra natal, além de exercer a promotoria pública nas Comarcas de Oeiras e Floriano (PI).

Único filho do comerciante Severino Francisco Carneiro de Andrade e Odorica Benício da Costa, órfão três meses antes de nascer, o poeta passou a infância e a adolescência em companhia da mãe, na casa de seus avós maternos, Henrique Alves da Costa e Balduína Coelho, na fazenda "Paracatuá", do mesmo município. Aos dezoito anos de idade, vai morar em Salvador, onde estuda agronomia, mas longo ingressaria da Faculdade de Direito. Na capital baiana, conhece Pinheiro Viegas, Édison Carneiro, Dias da Costa, João Cordeiro e Jorge Amado, juntos, fundariam a "Academia dos Rebeldes", sendo um dos editores da revista "Meridiano", órgão divulgador dos ideais do grupo. 

Da Costa Andrade, foi um dos principais líderes da sua geração, cuja personalidade intelectual de alto nível e poeta de elevada estrutura, que impressionou o amigo Jorge Amado desde os primeiros contatos, que, inspirado nele, esculpiu personagens de sua romancística. Da Costa Andrade é Ricardo Braz, personagem do romance de estréia de Jorge, O País do Carnaval, editado em 1931. A ele Jorge dedicou seu segundo livro, Cacau. Em 1929, retorna à terra natal.

Em 5 de novembro de 1936, casou-se com Anayde Mendes de Carvalho, filha do bem sucedido agropecuarista e comerciante Antonio Mendes de Carvalho (membro da 1ª Câmara Municipal de Simplício Mendes) e de Maria de Souza Mendes. Em 1945, engajou-se na Comitiva Cívica do deputado federal Helvécio Coelho Rodrigues, na campanha das eleições democráticas, que elegeram o governador José da Rocha Furtado. Neste ano, recebeu o prêmio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Conselho Nacional de Geografia) com a monografia Histórico-Geográfica do Município de Simplício Mendes. (PI)

Da Costa Andrade foi vencedor, em 1927, do concurso da revista O Século, com o soneto A Dor. Publicou seu primeiro livro de poemas em 1929, "Rosal da Vida". Em Salvador, trabalhou na Prefeitura Municipal, foi editor da revista literária A Semana, colaborou em Meridiano, Samba, O Momento. Entre os anos de 1949 a 1950, colabora nos jornais O Piauí, A Libertação e A Revista. Usava os pseudônimos de: Charles Albert e Pierre Àbion.

Nenhum comentário: