domingo, 18 de janeiro de 2015

Esmaragdo de Freitas e a UDN no Piauí

Des. Esmaragdo de Freitas.

O des. Esmaragdo de Freitas foi o primeiro presidente da UDN no Piauí. Filho de Esmaragdo José de Sousa e de Luciliana Maria de Freitas, descendentes de tradicionais famílias proprietárias de terras e fazendeiros no Piauí, ele nasceu em Colônia de São Pedro de Alcântara, hoje Floriano, em 2 de de julho de 1887. Formou-se em Direito no Recife, em 1911. Lá exerceu as funções de Delegado de Polícia, subsecretário do Tribunal de Justiça, promotor público e secretário de governo. Em Teresina foi procurador do Estado, secretário da Fazenda, professor de Direito. Senador, faleceu no exercício do mandato, em 12 de julho de 1946. Floriano o homenageou com uma Avenida na Beira-Rio.

Eurípides de Aguiar.

Mas, até a sua extinção, em 1965, papai foi o líder inconteste da UDN no Piauí. Ele bancou grande parte das despesas da criação do partido e, também, de todas as campanhas para as eleições de seus membros. Graças à cera da carnaúba, que ainda estava em alta - custava um conto de réis a arroba - e os porões do casarão viviam abarrotados do produto, que vinha do interior para cá, em cima de jumentos e burros ou em vapores puxados por balsas, em grande quantidade. 

Papai anotava todas as suas receitas e despesas nuns livrinhos de cor preta. Mas, na época das eleições, dava descanso a eles. Não queria que soubessem que gastava safras e mais safras de cera na política. Ora, mas todo mundo sabia, porque toda a vida a política se fez com muito dinheiro. Agora, naquela época os chefes políticos não passavam de um partido para outro como acontece nos dias de hoje. Não há mais quem ligue para o traumatismo moral como antigamente. 

Na época das eleições havia, sim, a distribuição de roupas, sapatos,  e, principalmente, muita comida para dar aos seus eleitores. A comida era feita em grandes panelões. Eu me lembro de mamãe comandando não sei quantas mulheres aqui, no casarão, no preparo de alimento para os eleitores. O arroz, o feijão, a carne, tudo vinha das fazendas de papai, com bastante antecedência para não haver falha.

Ainda hoje eu conservo no casarão alguns desses panelões.

Do livro Genu Moraes - a Mulher e o Tempo.

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