quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cunha e Silva Filho lança livro em Teresina

Cunha e Silva Filho. Foto de Kenard Kruel.

O escritor Cunha e Silva Filho, Doutor em Literatura e colaborador do Portal Entretextos, estará em Teresina-PI, dia 05 de fevereiro, a fim de lançar, a partir das 10h, na Academia Piauiense de Letras seu novo livro: As ideias no tempo.

SAIBA MAIS SOBRE O AUTOR E A OBRA - As ideias no tempo é a terceira obra publicada por Cunha e Silva Filho, intelectual piauiense radicado há muito tempo no Rio de Janeiro, cuja trajetória tem sido fiel aos domínios da pesquisa e estudos literários e da sua atuação como ensaísta, crítico literário, cronista, tradutor e professor universitário e do ensino médio.

Cunha e Silva Filho, desde a adolescência, já dava sinais de que trilharia os caminhos da literatura, publicando artigos, crônicas, ensaiando alguns textos ficcionais, fazendo alguma tradução em jornais de Teresina, Piauí. O incentivo veio do pai, ele próprio jornalista, professor, escritor. Ainda mesmo em Teresina, seus artigos eram apreciados por alguns eminentes intelectuais da capital. Isso lhe foi um grande incentivo para que continuasse no terreno das letras. Com o passar dos anos, já no Rio de Janeiro, seus escritos, sobretudo em jornais, granjearam-lhe o respeito e consideração do meio intelectual piauiense e mesmo fora do Piauí.

Dono de uma postura crítica independente, por vezes ousada, o autor, há pelo menos doze anos, organizara uma boa quantidade de textos em forma de livro, a que deu o título de As ideias no tempo, o qual, de resto, era uma aspiração antiga, agora finalmente concretizada com este lançamento pela prestigiosa Editora do Senado Federal e com prefácio do ensaísta e critico M. Paulo Nunes.

A leitura desta obra logo permite que se faça uma associação com o próprio título, ou seja, os textos nela contidos operam uma articulação entre o tempo passado e a visão do autor captados pelo leitor que, pela recepção atual, bem pode divisar o quanto o fluir das décadas, com todos os seus inúmeros acontecimentos, bons e maus, no país e no mundo, se tornam decisivos para cotejar e avaliar particularidades estilístico-temático-ideológicas que se cristalizaram ou se modificaram com a experiência do autor.

A seleção dos textos, em face das variações de gêneros e organização por grupos temáticos, vai da década de setenta à década de noventa, formando, assim, o recorte pretendido pelo autor, não obstante alguns textos incluídos não tenham a indicação da data.

Obra híbrida, reunindo, consoante indica o subtítulo, crônicas, artigos e ensaios e resenhas, As ideias no tempo se divide em quatro partes: memorialismo, estudos de autores piauienses, três ensaios de maior dimensão de autores nacionais e uma última parte, chamada “Miscelânea,” na qual há lugar para uma diversidade de crônicas, artigos e uma resenha do livro de memórias, O espelho do príncipe, de Alberto da Costa e Silva.

As ideias no tempo, na primeira parte, tem como eixo-central temático as reflexões de Cunha e Silva Filho diante da passagem do tempo e por motivações variadas: a infância, a cidade natal de Amarante, os pequenos prazeres dessa quadra ingênua, a visão distanciada do adulto, porém não isenta de emoções e enternecimentos, a perda dos entes queridos, por vezes precocemente, a saudade recorrente, a cidade de Teresina, o Liceu Piauiense.

Na segunda parte, encontramos alguns estudos, uns menos densos, outros mais profundos, de autores piauienses: Assis Brasil, O.G. Rego de Carvalho, A. Tito Filho, Cunha e Silva, Francisco Miguel de Moura, Carlos Alberto Gramoza, Clóvis Moura, M. Paulo Nunes, Elmar Carvalho e José Ribamr Garcia.

Na terceira parte, analisam-se, de forma mais complexa e com aparato crítico acadêmico, três autores nacionais: Graça Aranha. Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade.

Na quarta parte, o autor retoma o veio das crônicas e dá, então, o seu testemunho sincero, autêntico e corajoso, por vezes, premonitório, de acontecimentos e fatos que marcaram profundamente a história contemporânea: o apartheid, a Queda do Muro de Berlim, as ditaduras sul-americanas, a prisão de Mandela e a luta pelas liberdades da África do Sul, a glasnot e a perestroika de Gorbachev, o fim do apartheid.

Outras crônicas falam do subúrbio carioca, da vida literária Rio de Janeiro dos novos tempos apressados e insolidários, do consumismo capitalista-individualista dos multimilionários do país e do mundo, do Rio de Janeiro da fase pré-metrô, dos últimos resquícios dos bondinhos circulando pelas ruas cariocas, da alegria da criançada, sobretudo suburbana, no dia de São Cosme e Damião, de livros e escritores, de polêmicas, de artistas, de desastres aéreos, dos três encontros, inesquecíveis e emocionantes, no Rio de Janeiro, que o autor teve com o pai

Tudo dito de forma direta, mas com forte potencial lírico, repassado de crítica e denúncia humana sempre que a dignidade do indivíduo é ferida nos seus valores éticos, na sua liberdade de ação responsável e na sua consciência ultrajada em qualquer parte, em qualquer tempo.

Cunha e Silva Filho se põe, aos olhos e reflexões do leitor, como um escritor que maneja a língua portuguesa com aquela consciência metalinguística segundo a qual à variação de um gênero literário corresponde uma adequada alteração da forma de comunicação escrita, tal como ocorre com os registros linguísticos.


CUNHA E SILVA FILHO nasceu em Amarante, Piauí. É bacharel, licenciado, mestre e doutor em Literatura Brasileira pela UFRJ, ex-professor de Literatura Brasileira, Língua Inglesa e Inglês Instrumental dos Cursos de Letras e de Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade) da Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, e professor titular aposentado de Língua Inglesa do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Entre muitos trablhos, escreveu Da Costa e Silva: :uma leitura da saudade e Breve introdução ao curso de Letras: uma orientação. Ensaísta, crítico literário, cronista e tradutor. Pertence à União Brasileira dos Escritores, seção Piauí.

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