segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Secretaria da Cultura do Piauí

M. Paulo Nunes, presidente do CEC.
Foto de Kenard Kruel.

Na sessão realizada na última quinta-feira (2), os integrantes do Conselho Estadual de Cultura foram unânimes em lamentar o fato de o governador Wilson Martins (PSB) ter deixado de fora a criação de uma Secretaria de Cultura. Apesar do esforço dos conselheiros junto aos deputados estaduais da reforma administrativa, a Assembléia Legislativa também não deu a atenção devida à formulação de um debate sobre o tema.

“Nós sempre lamentamos que a nossa cultura tivesse perdido aqui no Estado o status de secretaria e tenha sido absorvida pela Secretaria de Educação e, na parte executiva, na Fundação Cultural. (...) Acho as duas úteis. Mas, na hora de fazer a opção, nós deveríamos lutar pela Secretaria de Cultura, que dá mais status, mais força ao trabalho da cultura e mais recursos. Foi uma solução infeliz a permanência apenas da Fundação, considerando a possibilidade de termos uma Secretaria de Cultura”, disse o professor M. Nunes, presidente do Conselho.

M. Paulo Nunes acrescentou que, não obstante às dificuldades administrativas, concorda com a proposta do historiador Bernardo Machado, representante do Minc – Ministério da Cultura que, durante seminário realizado em Teresina para discutir o Sistema Estadual de Cultura com as entidades da sociedade civil, avaliou como positiva a possibilidade de elevar o status de uma fundação cultural ligando-a diretamente ao governador, na Secretaria de Governo.

“Não é da natureza das fundações ficarem ligadas ao poder central. Mas, seria um progresso razoável. Depende da estrutura que se dê hoje à FUNDAC, que tem apenas duas diretoras, não tem recursos e o pessoal luta com uma pobreza muito grande para administrar varias casas de cultura, dentre as quais, uma biblioteca pública, os museus e as casas de cultura. Não é justificável que, ainda hoje, o Estado não tenha um prédio próprio para sua biblioteca pública. É o único estado da Federação que não possui um prédio próprio para biblioteca. Além disso, biblioteca tem que ser atualizada para se tornar útil à comunidade”, disse M. Paulo Nunes.

Para o Conselheiro Itamar Silva, as entidades e produtores culturais não se uniram a tempo para mostrar às autoridades a importância da criação da secretaria. Como procedimento, ele disse que o Conselho fez um expediente ao presidente da Assembléia, divulgando a Revista Presença (órgão de divulgação oficial do Conselho) e o Plano de Cultura - elaborado pelo Conselho. Mas, não logrou sucesso.

“Não vejo isso, como perdida, essa missão. Se os produtores e entidades culturais se unirem e começarem a trabalhar teremos condições de viabilizar o projeto, se não nesse momento, no próximo ano. Precisamos ter o embasamento e conversar, convencer os políticos, que são os quem fazem as modificações”, finaliza Itamar.

Por José Marques Filho
Jornalista – DRT 1002
86 8865 3492/9968 3273

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