domingo, 29 de novembro de 2009

Pra mim chega

Nacos de verdade deixam um vazio amargo. De uma intensidade tal que, mesmo passado alguns anos desse tempo obscuro são uma denúncio sempre que evocados. "Pra Mim Chega!" é o último poema de Torquato Neto. Um poema holocausto. Um bilhete suicida. Depois desse bilhete, o ato, e Torquato o fez. Nosso respeito e nossa homenagem ao seu trabalho e ao seu humor fatal. No Sul não se faz um humor risonho e franco. A mordaça é grande, a mordacidade maior, não é Millôr? Rettamozo. Tiago Recchia, Solda, Retta, Miran, Douglas Mayer e Dante Mendonça. Março, 1979, Editora Beija-Flor. Capa e coordenação editorial de Rettamozo.

Orelha de livro a gente escreve de ouvido? Já dizia Millôr Fernandes que "humor é coisa séria". E quando seis paranaenses, oriundos dos quatro cantos do pais unem-se para fazer humor, o resultado é um livro maravilhoso, divertido, louco, sadio, idiota, ih... que papo furado...

Tiago é de Tubarão. Pescador de sutilezas: o que cai na rede, deixe. Publicou na Folha de Londrina, e hoje, no Correio de Noticias. Solda é de São Paulo, apóstolo non-sense, premiado várias vezes em Piracicaba e por esse Brasil afora. Publica na revista Atenção, Passarola, Personal-Humor. Retta, um dos raros paranaenses que não são catarinenses: nasceu em São Borja. Humoreja como quem doma potro chucro. Chicoteia o texto, montado no surrealismo... e ... lá vamos nós de vereda no papo furado. Miran é de Paranaguá - o mar cercado de ilhas por todos os lados. Editou até no Pardon, na Alemanha. Premiado em Nova Iorque e até aqui. Editor do Raposa. Douglas é de Ponta Grossa (dizem), mas não vai nisso nenhuma propaganda. Ataca no Jornal de Indústria e Comércio e no Diário do Paraná. Dante é catarina, mas curte Curitiba como se fosse polaco. Atualmente no Estado do Paraná e na Tribuna do Paraná.

Todos juntos, cada um por si, e nenhum por todos, deu no que deu: este livro... e lá vamos nós de novo nesse papo furado. Nelson Padrella. Quem procurar, acha. (Solda).

Um comentário:

Laurene disse...

Que diferença, hein Kenard, do bilhete poema do Torquato e esse da Leila Lopes: tou indo encontrar com Deus...ai, meu Deus...Tomara que a família tenha forjado aquele bilhete, vc viu?