Ferrer Freitas, embaixador de Oeiras, e Kenard Kruel.
É inquestionável que o Nós e Elis marcou época em Teresina nos anos 1980 e de lá saíram nomes que, até os dias atuais, se destacam nas letras, na música, na charge e em atividades culturais outras. As historinhas resultantes de grandes noitadas são muitas, algumas hilárias, como as contadas pelo impagável Deusdeth Nunes (Garrincha), lembrando idas ao barzinho, como a da queda no “bebódromo”, laguinho que ficava em frente, e a da “carroçata” (carreata de carroça) do candidato a prefeito Newton Nunes. Pois bem. Eu também tenho a minha que, espero, seja do agrado dos envolvidos e dos saudosistas de plantão, alguns que só sabem de sua existência de ouvir falar.
Foto de Renata Pitta.
Ferrer Freitas
É inquestionável que o Nós e Elis marcou época em Teresina nos anos 1980 e de lá saíram nomes que, até os dias atuais, se destacam nas letras, na música, na charge e em atividades culturais outras. As historinhas resultantes de grandes noitadas são muitas, algumas hilárias, como as contadas pelo impagável Deusdeth Nunes (Garrincha), lembrando idas ao barzinho, como a da queda no “bebódromo”, laguinho que ficava em frente, e a da “carroçata” (carreata de carroça) do candidato a prefeito Newton Nunes. Pois bem. Eu também tenho a minha que, espero, seja do agrado dos envolvidos e dos saudosistas de plantão, alguns que só sabem de sua existência de ouvir falar.
Em 1986, o governador do Estado era o Sr. José Raimundo Bona Medeiros, político sério e honrado, que antes exercera vários mandatos de deputado estadual, tendo ocupado a presidência da Assembléia Legislativa, além de ter sido prefeito de Teresina. No seu governo fui, com muita honra, o segundo na Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo. O titular era o saudoso Padre Solon Correia de Aragão, figura ímpar, de senso de humor apuradíssimo! José Elias Arêa Leão, o ”maluquinho” do Cineas, presidia a Fundação Cultural. Dispúnhamos de assessores de dar inveja a qualquer executivo bem sucedido, a saber, Kenard Kruell, Albert Piauí, Chico Castro, Paulinho Moura, Arnaldo Albuquerque, e por aí vai, todos na flor da idade e tomando todas. Ficavam, diariamente, madrugada adentro no bar sem portas do Ximenes do Prado, o junior. Dia seguinte, cadê assessor pra trabalhar no turno da manhã? Como sempre, lá ia eu bolar estórias para o padre-secretário, tentando justificar a ausência dos boêmios boas-praças.
Num dia, era o fusca azul, conversível, do Kenard (transportou Lula, candidato a presidente, do aeroporto até a sede do PT), que batera e ele o tinha levado para a oficina. No outro, era o Albert que adoecera, ou teria ido ao cabeleireiro cortar as madeixas, coisa que o padre vivia a pedir! Arnaldo, Paulinho Moura e o Chico Castro, pra variar, estavam sempre com problemas em casa, e eu, invariavelmente, falava que alguém havia telefonado justificando a ausência deles. Isso era quase todo dia que Deus dava. Mas, graças a Ele, o Criador, estão todos aí, os mesmos boas-praças e, o que é melhor, brilhando! Kenard, como editor. Albert, com o Salão do Humor, inventado naquele tempo, bombando anualmente. Paulinho Moura, com seu traço inconfundível, realizando trabalhos admiráveis. Arnaldo, meio desaparecido, mas trabalhando no desenho, e, finalmente, o Chico Castro, de Brasília, fazendo sucesso com seus livros que são referência no campo da historiografia.
Taí, pois, o que me lembra o simpático bar que desapareceu, assim, sem mais nem pra quê, de uma hora para outra. E nem foi preciso cerrar suas portas, pois não as tinha, como a casa da canção de Vinícius e Toquinho.
5 comentários:
Uma Formiga Boa Praça;
Com esta crônica o querido cronista oeirense Ferrer Freitas ( autor do livro "Solo Distante" que bem merece ser republicado) revela sua face "Formiga Boa Praça" mostrando como, trabalhando durante o dia, propiciou a tantas cigarras (dos mais altos voos e dos mais lindos cantos)se tornassem os hoje justamente famosos Kenard Kruel,Paulo Moura, Albet Piauí e Chico Castro todos eles saudosos frequentadores e hoje colaboradores do livro que traz recordações do famoso e inesquecível bar "Nós e Elis".
Mas isso, é claro, não devia ser novidade pois é sabido que toda a cigarra tem, de plantão, uma formiga protetora, espécie de Formiga anjo da guarda, papel que, com garbo e elegância, o nosso Ferrer representou para cinco dos mais significativos artistas e intelectuais que Teresina (através do bar "Nós e Elis") já produziu.
Soma-se, portanto, o grande Ferrer–mesmo que não possa sentir saudades disso, afinal não frequentou o nós e elis – nos bastidores, aos outros oeirenses – Emerson Boy, Raimundo Aurélio Melo e Wellington de Araujo Dias – que muito contribuíram para o merecido destaque que o Bar do Elias ainda tem na memória de seus frequentadores.
Quanto à queda do Garrincha, vá me desculpando o Ferrer , não vi graça nenhuma na sua narrativa tosca. Mas gosto não se discute.
Acho que o que o Ferrer quis dizer, mas não foi entendido, é que as figuras citadas na sua crônica abrilhantaram o Nós e Elis, e não o contrário. Enfim, um pouco de razão em meio à fanfarrice...
Portal do Sertão disse...
Arguto Arauto da infelicidade, Airton Sampaio, que, confessa, já era infeliz em 1984 (tanto que acharia ótimo deixar pra lá tudo o que viveu até aquela data, já que toparia nascer naquele ano)´que foi declaramente infeliz nos anos da existência do Nós e Elis, segundo ele, apenas por ter pisado naquele bar (só mesmo rindo!)e que permanece infeliz, ao que parece , por viver naquilo que ele chama de "Fazenda Piauí", e "terra de muro baixo", em resumo, o protótipo da infelicidade auto-assumida, só poderia mesmo odiar um lugar onde as pessoas eram felizes e sabiam. Não consigo ver novidade nisso...
Agora, o comentário dele segundo o qual ninguém entendeu, apenas ele, o que Ferrer quis dizer...
é típico de alguém que ainda tem Júpiter por Deus. Hahahaha
Já estou começando a ter pena do pobre do Nós e Elis. Coitado do barzinho...
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