sexta-feira, 24 de julho de 2009

Síntese da Literatura Piauiense

Francisco Miguel de Moura. Foto de Kenard Kruel

Francisco Miguel de Moura
Da Academia Piauiense de Letras

A literatura do Piauí existe.

E é um fato mais do que provado. Desde quando existe, porém? E que obras e autores devem ser estudados na escola? Que períodos da nossa literatura já podem ser organizados e comparados com a brasileira?

Estas e outras questões estão sendo levantadas pelos professores e pelas autoridades do ensino, depois que a obrigatoriedade foi inserida no texto constitucional. É bom que se questione, por exemplo, porque um autor como Da Costa e Silva nunca obteve mais do que duas ou três citações lá fora, dois ou três sonetos divulgados em antologias nacionais. Saber também e principalmente porque os historiadores do "Simbolismo" não encontraram nada de nosso grande poeta Celso Pinheiro. Essas pesquisas são falhas porque não descem às fontes. São ditadas pelos "donos" da Literatura Brasileira, que acham que não residindo no Rio ou em São Paulo ninguém pode tornar-se literato a nível dos de lá (ou dos que publicam lá).

Ora, tivemos um Mário Faustino, piauiense de nascimento, que continua irrigando o pensamento e o fazer literário do país. Temos outro grande poeta mais recente, frustrado pela morte prematura, o Torquato Neto, que foi um dos mentores da "Tropicália".

Mas eles já estão divulgados no centro cultural do país (onde é que fica mesmo? Rio ou São Paulo? Belo Horizonte ou Brasília?) e ganharam o interesse da mídia.

E os Hermínio Castelo Branco, Teodoro de Carvalho Castelo Branco, José Coriolano de Sousa Lima, entre outros, que praticamente iniciaram o fazer literário no Piauí? Sabe-se que eram muito ligados ao povo e à terra, numa forma singela mas esteticamente bem aceita - literatura a nível de gente que não sabia ler mas sabia ouvir e gostava de ouvir. Eles, os citados, e mais alguns fizeram o nosso primeiro período literário - a geração da literatura popular e da terra, mais de cunho trovadoresco, digamos.

Antes desses, o nosso primeiro historiador literário, João Pinheiro, cita os nomes de Ovídio Saraiva(1787-1852) e Leonardo da Senhora das Dores Castello-Branco(1788-1873). Os textos desses dois autores ainda não considero literatura piauiense por alguns motivos. Os mais fortes são os seguintes: a) Com relação a Ovídio Saraiva, sua estética era portuguesa ainda, demonstrando a forte influência arcádica e com acentos bocagianos; apenas nasceu na Vila de São João da Parnaíba, em 1787; com 6 anos seus pais o arrancaram da terra berço como ele bem diz numa estrofe; mas foi o único poema em que fez referência ao Piauí,sem citar o nome de nossa Província; estando em Lisboa, foi eleito representante do Piauí na Corte e não aceitou a representação, o que prova não ser verdadeiro o sentimento de brasilidade registrado, o seu amor à terra berço. b) Com relação a Leonardo da Senhora das Dores Castello-Branco, é o próprio João Pinheiro quem diz: "faltavam-lhe as precípuas qualidades de poeta e prosador". Tentou a invenção do moto-contínuo: era um experimentador, na ciência. Mas seu poema "A Criação Universal" foi publicado fora do Brasil e não teve repercussão em nossa literatura. Seu nome ficou na história política de nossa Estado por causa da viva participação que teve nas lutas da nossa independênica.

Por outro lado, à época em que foram publicados os "Poemas", de Ovídio Saraiva, e "A Criação Universal", de Leonardo Castelo Branco, respectivamente 1808 e 1856, não havia literatura no Piauí nem a menor possibilidade disto, em virtude da quase inexistência de escolas, jornais, bibliotecas e até mesmo de leitores. Literatura em seu sentido histórico é obra coletiva. Por melhor e mais forte que seja, um autor não constitui uma Literatura. Como não havia uma escrita nossa, nem publicações e outros incentivos, exceto jornais de cunho político ou oficial, então por que falar em literatura no seu sentido específico?

Dois fatos importantes da história política do Piauí marcaram a vida dos piauienses, a julgar pela quantidade de livros a respeito: a Batalha do Jenipapo (1823) e a transferência da Capital de Oeiras para Teresina(1852). Com o primeiro, houve o despertar da consciência de que a Província era uma entidade, um lugar e uma instituição que devíamos preservar e amar. Com o segundo, houve o deslocamento do centro político para sítio mais acessível e as informações da Corte chegavam mais rápidas, além de um possível melhoramento comercial. Ambos trabalharam com a consciência desse homem isoladíssimo que era o piauiense.

Considero que a nossa primeira geração, aquela da poesia popular e espontânea de J. Coriolano ("Impressões e Gemidos", 1870), Hermínio Castelo Branco ("Lira Sertaneja", 1887), Teodoro de Carvalho e Silva Castelo Branco ("A Harpa do Caçador", 1884) e da prosa regionalista de Francisco Gil Castelo Branco ("Ataliba, o Vaqueiro",1878), firmou-se após a mudança da Capital de Oeiras para Teresina e, consequentemente, o estabelecimento de uma imprensa constante e a comunicação com os centros mais adiantados como Recife, Bahia, além da Capital do Império. Veio, em seguida, a geração acadêmica, a dos fundadores da Academia Piauiense de Letras (1917). A nossa Academia é a mais antiga, permanente, ininterrupta instituição cultural. Essa segunda geração da nossa literatura, ou segundo período, abriga não somente os que fundaram a APL, mas todos aqueles que viveram aquela época, beberam as doutrinas filosóficas da Escola de Recife e trouxeram o novo para a sua terra. Também os que aqui ficaram e passam a comungar com os que iam chegando. São, principalmente, Lucídio Freitas ("Vida Obscura",1917) e Alcides Freitas ("Alexandrinos", 19l2, de parceria com o irmão Lucídio Freitas), João Pinheiro e Celso Pinheiro, Abdias Neves e Félix Pacheco, Da Costa e Siva e o próprio Clodoaldo Freitas, pai do Alcides e Lucídio, entre muitos outros.

Tivemos em seguida o que seria o terceiro período da nossa literatura, que considero um quase VAZIO LITERÁRIO, mas cheio de gramáticos (que não escreveram nenhuma gramática), cujo nome mais representativo é o do Prof. Clemente Fortes - um dos fundadores da Faculdade Católica de Filosofia do Piauí. Nesse período floresceram os filólogos, os latinistas, mas poucos escritores. Como a definição que faço de "geração" não tem nada a ver, ou muito pouco, com aquela de Ortega y Gasset, onde predomina a biologia, indo a distância entre uma e outra a, no máximo, 15 anos, considero que após o envelhecimento e morte dos poetas e prosadores da "geração acadêmica", prolongou-se uma outra - filha da Academia, pelos padrões estéticos - a que chamo de segunda geração acadêmica, que se interpenetra com esse período quase vazio, ou melhor, cheio de gramáticos. É um período confuso, onde a gramática briga com a literatura, vencendo aquela. A segunda geração acadêmica prolonga-se até os nossos dias, sendo produto dela um Oliveira Neto, um Luís Lopes Sobrinho, um Júlio Martins Vieira, uma Isabel Vilhena, as duas Castelo Branco (Lilizinha e Lili), um Almir Fonseca, um William Palha Dias ("Endoema",1965), Alvina Gameiro ("A Vela e o Temporal",1957) e o próprio Professor A. Tito Filho dos primeiros escritos, não o de "Teresina, Meu Amor", 1973, um livro atualizado que o coloca ao lado da geração meridiano. Considero o jornalista e professor Simplício de Sousa Mendes, Presidente da Academia Piauiense de Letras por muitos anos, o mais típico representante dessa geração indecisa. Introdutor do modernismo, tardiamente, no Piauí, foi o jovem José Newton de Freitas ("Deslumbrado", 1940), vindo a falecer no mesmo ano, antes da publicação. Mas deixou a marca em alguns poemas que nos dão a certeza de ter absorvido o verso moderno, as técnicas e a filosofia do modernismo, embora vivendo na província. Martins Napoleão ("Copa de Ébano",1927), fecundamente enriquece aquele período quase vazio a que me referi e entra com sua produção pelos anos 40 e 50. Foi ele, sem dúvida, um grande poeta. Mas não é o principal representante do modernismo, pois a sua estética era mesclada de um sabor de tardio simbolismo e seu espírto, mais sincrético do que moderno. Precisa ser mais estudado no seu estilo pessoal e no que possa ter influído na cultura da nossa terra, posto que vivia muito mais lá (no Sul) do que aqui. Não esquecer que o prosador, o ficcionista desse período - os anos 40 - é Renato Castelo Branco, com o seu bem logrado romance "Teodoro Bicanca"(1948).

Depois dessas três gerações citadas, uma com dois períodos (a acadêmica), já podemos falar na geração "meridiano", cujos nomes representativos praticamente encerraram seu ciclo criativo: O. G, Rego de Carvalho, com seus belos romances pessoais e profundamente sentidos; H. Dobal, com sua poesia lírica em que adota as formas do modernismo de 45, mas não estaciona naquelas metáforas e imagens formalistas e herméticas - inova-as com o cheiro da terra e o gosto do simples e quase sempre bom humor; Fontes Ibiapina recupera o falar do nosso caboclo e, transgredindo-o numa estética popular e consumível pelas populações da roça e da cidade, conquista admirável estilo pessoal e telúrico; Assis Brasil, renovando o romance, introduz um novo regionalismo que marca o sentimento interior através de novas estruturas e novas formas de falar do homem, e faz-se expresão do meio. Há outros que poderíamos citar, de passagem: J. Ribamar Oliveira, Osvaldo Soares dos Nascimento, José Expedito Rego, Carlos Castelo Branco ("Continhos Brasileiros", 1952), Álvaro Pacheco ("Os Instantes e os Gestos", 1958), Clóvis Moura, etc. Enfim, são esses que a escola secundária e a universidade têm obrigação de levar ao aluno, em primeira mão. A maioria deles está em nível dos bons autores considerados "nacionais".

Outros virão a seu tempo. Hardi Filho ("Cinzas e Orvalhos", 1964), Magalhães da Costa ("Casos Contados",1970), Herculano Morais ("Murmúrios ao Vento, 1965"), Castro Aguiar ("Adolescente de Rua", 1962), Geraldo Borges e Pedro Celestino de Barros já têm obra que suporta uma visão crítica. E talvez mais alguns nomes daquela que o crítico José Pereira Bezerra chama de "geração CLIP". Como faço parte dela, me abstenho de alongamento. Deixo que outros o façam. Porque a história só se escreve quando o ciclo de criação se encerra. Os reflexos do "Círculo Literário Piauiense", do jornal "Chapada do Corisco", da revista "Cirandinha" ainda estão por aí, na lembrança e à mão dos que se derem o luxo de ler e pesquisar o passado mais recente, como o citado crítico José Pereira Bezerra, no seu livro "Anos 70: Por que Essa Lâmina nas Palavras?" Quando muito, somos apenas balas na agulha da história literária. E assim como nós, outros cuja enumeração seria fastidiosa e passível de injustiça.

Até aqui, não falamos nos críticos. Nossa literatura é pobre de crítica. Justifica-se, porque também é uma literatura pobre, com alguns poucos autores muito fortes. Mas, em cada período literário, se bem observarmos, temos um crítico, um historiador, ou ambas as figuras. Cada geração que se preza tem o seu historiador e os seus críticos. O historiador da que chamei de primeira geração literária do Piauí foi João Pinheiro, com "Literatura Piauiense"(1937), ainda hoje uma obra válida como fonte de pesquisa literária e cultural. As gerações acadêmicas tiveram o Professor A. Tito Filho que, como disse noutra parte, foi um historiador que se deixou frustrar por muitas outras solicitações, inclusive dando seu tempo integral como dirigente da "Casa de Lucídio Freitas", durante vinte anos. Depois veio o Professor Paulo Nunes, crítico da geração que chama de "perdida" e que eu apelido de "meridiano". Deve-nos ele um inventário mais consistente da geração, embora em seus discursos acadêmicos já tenha apontado o que há de essencial, digamos, tal como nos poucos capítulos referentes aos nossos valores, inseridos no livro "A Geração Perdida" (1979). Herculano Morais é o crítico da geração "clipiana" em "A Nova Literatura Piauiense", 1975, principalmente, e José Pereira Bezerra apresenta-se agora como o historiador e crítico da sua propria geração, já por muitos apelidada de "marginal" ou do "mimeógrafo". Seu trabalho, embora com alguns senões, merece nosso aplauso, e certamente é um ponto de partida para o registro e estudo da continuidade do fenômeno literatura, especialmente a poesia, no que tem sido fértil o Piauí no passado e nos últimos tempos também. Alcenor Candeira Filho, Beth Rego, Chico Castro, Elmar Carvalho, Émerson Araújo, Jorge Carvalho, José Pereira Bezerra, Menezes y Morais, Nelson Nunes, Paulo Machado, Raimundo Alves Lima, Rubervam du Nascimento, William Melo Soares e Wilton Santos, são os antologiados, ficando a ficção com bem poucos interessados e estes sem terem seus textos escolhidos e mostrados, na íntegra, por Pereira Bezerra.

Depois deste relato, colocamos à disposição de todos um quadro de balizamento das gerações no tempo, melhor dizendo nas décadas, gerações que acabamos de delinear esteticamente. Este quadro continuará a ser refeito até quando eu termine de escrever e publicar meu livro "Literatura do Piauí", com antologia e histórico detalhado do fenômeno literário em nossa terra.

Q U A D R O

No século passado (dos anos 70 em diante):

1ª geração - Poesia popular, sertaneja; prosa romântica e também regional.Representantes: J. Coriolano, Hermínio Castelo Branco, Teodoro de Carvalho e S. Castelo Branco, Francisco Gil Castelo Branco, Luísa Amélia de Queiroz Brandão, Raimundo de Areia Leão, José Manoel de Freitas, Antônio Gentil de Sousa Mendes, Licurgo José Henrique de Paiva e João José Pinheiro.

Do início deste século aos anos 20:

2ª geração - Na poesia, mistura de parnasianismo e simbolismo; na prosa, naturalismo. Representantes: os fundadores da Academia e outros que os acompanharam na renovação do pensamento e da estética: Lucídio Freitas, Clodoaldo Freitas, Alcides Freitas, Da Costa e Silva, Celso Pinheiro, João Pinheiro, Abdias Neves, Félix Pacheco, Higino Cunha, Jonas da Silva, Antônio Chaves, Zito Batista, Esmaragdo de Freitas, Baurélio Mangabeira, Fenelon Castelo Branco, Nogueira Tapety e outros mais.

Dos anos 20 aos 30:

3ª geração - Também acadêmica, embora alguns nem participassem da Academia. Representada por estética indecisa, mais voltada para um classicismo via de regra estéril e sem correspondência no sentimento. Representantes: Júlio Martins Vieira, Oliveira Neto, Isabel Vilhena, A. Tito Filho, Luiz Lopes Sobrinho, Almir Fonseca, as duas Castelo Branco (Lili e Lilizinha) etc.

Dos anos 30 aos 40:

4ª geração - Gramática e pouca literatura. Geração que seria totalmente vazia, não houvesse o poeta Martins Napoleão. Dos gramáticos que escreveram livro, vingou o Professor Antônio Veríssimo Castro, vulgo Tonhá, com "Adornos de Palavras" (1949). O Professor Paulo Nunes refere-se a outros grandes mestres da época, entre os quais Anísio Brito, Odilon Nunes e Martins Napoleão, sem esquecer os mais expressivos do período, Profs. Clemente Fortes e Cromwell de Carvalho.

Dos anos 40 aos 50:

5ª geração - Introduz a estética modernista, com bastante atraso, no Piauí. Representantes: Antônio Veras de Holanda, José Newton de Freitas e Martins Napoleão, na poesia; na prosa, Renato Castelo Branco ("Teodoro Bicanca", 1948).

Dos anos 50 aos 60:

6ª geração - Os meridianistas. Introduzem a estética de 45 e outras diferenciadas de 22. Representantes: O. G. Rego de Carvalho ("Ulisses Entre o Amor e a Morte", 1953), Assis Brasil, Fontes Ibiapina, H. Dobal, Álvaro Pacheco, Álvaro Ferreira, Esdras do Nascimento etc.

Dos anos 60 aos 70:

7ª geração - Os clipianos. Trabalham com as estéticas dos movimentos modernistas até então, mas incluem o poema concreto e uma certa assimilação das "vanguardas". Praticamente não houve renovação na prosa, exceto no conto (Magalhães da Costa, com "Casos Contados" (1970), e Gregório de Morais, com "Sol dos Aflitos" (1975), representantes do gênero. Muitos poetas: Hardi Filho, Francisco Miguel de Moura, Herculano Morais, Jamerson Lemos etc.

Dos anos 70 aos 80:

8ª geração - Marginal ou do mimeógrafo. Estética nitidamente tropicalista. Representantes: Alcenor Candeira Filho, Cineas Santos, Rubervam du Nascimento, William Melo Soares, Beth Rego, Chico Castro, Venâncio do Parque, Dílson Lages, Elmar Carvalho, Jorge Melo, João Pinto, Ozildo Batista de Barros etc.

Atualidade - anos 90: É difícil saber para onde vamos neste fim de século. Quem souber, responda.

OBRAS CONSULTADAS:

1 - Aires, Félix - Antologia de Sonetos Piauienses, APL/Gov. do Estado, Teresina, 1972.

2 - Bezerra, José Pereira - Anos 70: Por que Essa Lâmina nas Palavras? Fundação Cultural Mons. Chaves,Teresina, 1993.

3 - Moraes, Herculano - Visão Histórica da Literatura Piauiense, Liv. Editora Hércules, Teresina, 1991 - 3ª ed.

4 - Moraes, Herculano - A Nova Literatura Piauiense, Artenova, Rio, 1975.

5 - Matos, J. Miguel - Antologia Poética Piauiense, Artenova, Rio, 1974.

6 - Moura, Francisco Miguel de - Piauí: Terra, História e Literatura, Ed. do Escritor / Cirandinha, S.Paulo, 1980.

7 - Nunes, M. Paulo - A Geração Perdida, Artenova, Rio, 1979.

8 - Pinheiro, João - Literatura Piauiense, Imprensa Oficial Teresina, 1937.

2 comentários:

Carlos Antonio disse...

Atualidade - anos 90/anos 2000
Manoel Ricardo de Lima
Sebastião Edson Macedo
Adriano Lobão Aragão
Demétrios Gomes Galvão

Airton Sampaio disse...

Isso de periodizar uma produção literária por décadas é mais um grande, e não supreendente, despropósito. Viva a Fazenda Piauí!