quinta-feira, 23 de julho de 2009

Diego Mendes Sousa e a APAL

Diego Mendes Sousa. Foto de Kenard Kruel.

Kenard Kruel

Um dia, abrindo minha caixa de mensagens, encontrei uma do poeta Diego Mendes Sousa informando sua candidatura à Academia Parnaibana de Letras e dizendo-se o novo contra o velho. O novo, claro, era ele, que conta 20 anos de idade. O velho, com mais de 70 anos de idade, eu acho, era o meu estimado ex-professor José Nelson de Carvalho Pires. Começou pela contramão. Vamos adiante: fui ver melhor, a APAL estava com duas vagas abertas. Passei mensagem a ele dizendo o seguinte: meu caro amigo, procure o professor José Nelson de Carvalho Pires e o professor Renato Bacellar, presidente da entidade, e faça um acordo: você retira a sua candidatura em favor do concorrente e pede o apoio dele para a outra vaga aberta. Acordos iguais já foram feitos por diversas vezes nas eleições da Academia Piauiense de Letras, com êxito. Mas, por conta da idade, pelo rompante da idade, pela rebeldia da idade, pela imaturidade da idade, pela ingenuidade da idade, pela pureza da idade, pela ousadia da idade etc e tal, o poeta Diego Mendes Sousa resolveu que deveria porque deveria continuar com a sua candidatura, enfrentando o velho mestre.

Em outra mensagem ponderei: meu caro Diego Mendes Sousa, você é muito moço, pode concorrer inúmeras vezes. Ganhando do velho mestre, o humilhará. Perdendo para o velho mestre, terá dele um voto a menos nas próximas eleições. Um voto a menos que se somará a outros que votaram nele e se lembrarão do seu embate com ele, sem necessidade, havendo uma outra vaga a concorrer. Mas, por conta da idade, pelo rompante da idade, pela rebeldia da idade, pela imaturidade da idade, pela ingenuidade da idade, pela pureza da idade, pela ousadia da idade etc e tal, o poeta Diego Mendes Sousa resolveu que deveria porque deveria continuar com a sua candidatura, enfrentando o velho mestre.

Chegou o dia da votação: "revelou-se que, dos 36 votantes apenas 23 cumpriram o dever: dez a favor de José Nelson, dez para Diego e três em branco. Houve empate dos candidatos e três eleitores, votando em branco, declararam que não queriam nem um nem outro. A academia marcou nova eleição para desempate, mas José Nelson escreveu carta ao presidente (carta que se tornou pública) retirando sua candidatura por se recusar a manter-se num grupo em que pessoas mentiram ao prometer-lhe votos que não apareceram. Diego manteve-se candidato e foi feito um plebiscito: sim ou não para o poeta. Desta vez foi pior, houve apenas 12 votos: 9 a favor e 3 contra o poeta, que teve um voto a menos que na primeira votação. Os três eleitores que votaram em branco, pelo menos, revelaram que não queriam a presença do poeta entre seus pares enquanto 24 membros da academia sequer se dignaram votar, quebranco o compromisso com o regulamento da casa que assumiram na noite de suas posses e manifestando que pouco lhes interessa o futuro de seu sodalício, como costumam chamar sua academia. Assim, sem número suficiente de votos, o presidente Renato Bacellar definiu que a cadeira continua vaga e haverá nova eleição", de acordo com o jornal do Benjamin Santos, o Bembém, em seu editorial.
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O poeta Diego Mendes Sousa declarou, publicamente, que não mais concorrerá a nenhuma eleição mais na APAL. Nem a PAU. Bobagem, concorerrá sim, porque ele, de fato, já nasceu acadêmico. E acadêmico ele é, sem o devido aval da APAL, que rima mas não é a solução.

Eu gostaria muito de pertencer à APAL. Morei em Parnaíba muitos anos. Estudei no José Narciso. No Clóvis Salgado. No Colégio Estadual Lima Rebelo. Minha formação foi toda, assim, em Parnaíba, cidade que eu amo. Porém um PAU de lenha, de mente fechada, como quase todos os acadêmicos, ainda mais de uma cidade provinciana, onde um iluminado se acha mais iluminado ainda, achou por bem, o que é um grande mal, que só residentes em Parnaíba podem ser candidatos. A alegação era que a APAL estava elegendo forasteiros demais e havendo presenças de menos nos chás com torradas das cinco horas. Por Júpiter, hoje, com net, celular, o escambau, a APAL pode, muito bem, se reunir virtualmente. Ou não, Airton Sampaio? (Meu consultor para assuntos acadêmicos). Ora, mas uma Academia que rejeita um poeta acadêmico de um valor igual ao Diego Mendes Sousa tem mais mesmo é que viver fechada no seu mundim de mentes obtusas. Claro que sei separar o joio do trigo.
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Eu acho que o Diego Mendes Sousa, poeta já consagrado como ele, como o reconhecimento além mar, que ele já alcançou, deve partir logo é para a Academia Piauiense de Letras. Voar por cima. Mérito ele tem. Ou, então, cair nas graças do Herculano Moraes e pertencer às demais academias interioranas que ele criou e domina com mão de ferro. Eu, por exemplo, me proponho a morrer para dar vaga ao poeta Diego Mendes Sousa na Academia de Letras da Região das Sete Cidades. Até mesmo porque há 30 anos o José Fortes preside a entidade sem nunca ter feito sequer uma eleição democrática para a renovação da sua diretoria. Quando nos espantamos ele é, novamente de novo, presidente eterno da Academia de Letras da Região das Sete Cidades. Agora me lembrei, não precisa nem que eu me mate para dar vaga ao poeta Diego Mendes de Sousa. O presidente José Fortes, de 40 ampliou para 100 o número de cadeiras da Academia de Letras da Região de sete Cidades. Como o Des. Brandão de Carvalho já botou toda a família dele lá dentro, temos, pelo minha contagem última e atual de hoje, ainda 5 (cinco) cadeiras vagas. Que o poeta Diego Mendes de Sousa lance mão de uma delas antes que outro aventureiro o faça...

Tenho escrito!

Um comentário:

Airton Sampaio disse...

O problema não é uma Academia carcomida negar entrada a um poeta jovem, mas um poeta jovem, ou de qualquer idade, querer entrarna Academia. Poeta Diego, se vc não se rebela quando tão jovem, pensa que o fará quando for velho? Toca fogo no mundo, rapaz. As musas até de ajudarão. E se cure dessa doença, que academicite tem cura!