Os métodos utilizados para dispensar uma manifestação pacífica de aproximadamente 50 professores que denunciavam as precárias condições da educação no Estado dão bem a dimensão de quanto o atual Governo se tornou violento, repetindo os passos de governantes arbitrários que foram derrubados pelo voto popular, porque violaram as liberdades individuais e coletivas dos cidadãos.
O contingente acionado na repressão aos manifestantes provocou cenas capazes de revoltar ao mais indiferente dos piauienses. A surrada desculpa de que a polícia agiu para manter a ordem só satisfaz aos sádicos. É um chavão que há muito não se coaduna com o ar democrático que o Brasil respira. Professores e líderes do magistério foram algemados, postos em camburão da polícia, presos como marginais.
O Governo não pode confundir protesto com insulto. Os manifestantes apenas exerceram o direito de criticar o que consideravam errado no setor educacional, mas ninguém foi insultado ou agredido por eles.
As vaias ao governador e ao secretário da Educação também são manifestações democráticas, ainda que incômodas. As vais podem mexer com a vaidade dos governantes, mas não arrancam pedaços deles. Além do mais, nem só de aplausos vive o político, principalmente se ele não corresponde às expectativas dos que lhe colocaram no poder.
O episódio de ontem merece uma reflexão: não custa lembrar que o poder é efêmero e que a história é implacável com os injustos. Os aparentemente fracos e oprimidos, também têm o seu dia. Cara a cara com o julgamento popular, não há chances para o arrependimento.
O governador não deve ser condenado por ter deixado o Liceu Piauiense na situação em que o deixou - novinho em folha e convenientemente equipado. A reforma total da escola comporta apenas que que se cobre do Governo que se amplie a sua ação e deixe as demais unidades escolares públicas na mesma situação.
E os professores foram exigir apenas isto, em nome de dezenas de milhares de colegas que não têm como exercer condignamente a profissão e de centenas de milhares de alunos pobres que sofrem para aprender em escolas com instalações físicas precárias.
Fechar os olhos a esta cruel realidade é um direito dos insensíveis e perseguir quem se inquieta com ela é um massacre.
À Liberdade, À Educação e ao Povo. Ontem, hoje e sempre.
Jornal O Dia, 2 de agosto de 1989. Página 3.
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