terça-feira, 17 de maio de 2016

Benício Bem, essa mulher é homem

Nasci no Poção – Zona rural de Piripiri- e fui alfabetizado lendo os cordéis do papai. O rádio foi muito marcante em minha infância, porque era o único meio de comunicação que tinha lá em casa e ainda era de pilhas.

Infância muito difícil, trabalhando de roça, mas rodeada por uma atmosfera musical, que vai desde Maria Bethânia, Elba Ramalho, Caetano Veloso, Luiz Caldas até a turma de Ciganos e andarilhos que se hospedava na casa de meus pais. Eles vinham com suas rabecas, sanfonas e seus encantos e, eu tinha muito medo, mas achava lindo.
Aos domingos papai passava o dia cantando cordel pra gente (os filhos). Contava histórias de trancoso, cantiga de boi, vaquejada e músicas do folclore nordestino. Já a mamãe entrava com suas modinhas e valsas da velha guarda musical. 
Mas foi mesmo na zona rural de Brasileira (Povoado Vereda), onde iniciei a vida artística, cantando na Banda Os Mini – frutos, na época do Luiz Caldas, no começo dos anos 90! A gente andava numa Rural (era tão bom nesse tempo). A explosão do axé. As músicas comerciais eram de boa qualidade....
A minha primeira composição veio em 1991 com influência da divulgação da Eco 92 , eu me inspirei e compus ‘’Amazônia, o povo chora’’ por ocasião do II FEMPES (Festival da Musica Popular Estudantil) que era um importante evento de Piripiri.
Mais tarde ainda nos anos 90, troquei de banda fui pra Banda RC6 de Piripiri, onde passei mais de 2 anos como vocalista, depois fiz um dueto com o amigo Caranguejo - ele tocava teclado lá em Piripiri e eu cantava- era um esquema tipo serestão. Também foi mais de dois anos.
Em 1998 eu resolvi segui carreira solo. Quer dizer: tocando MPB nos bares... só com o violão. Fazendo do meu jeito.
Quando morava em Piripiri criei o ‘’Sarau aceso’’, mas sem incentivo não vingou. Cheguei a montar um projeto ‘’Sonho de arte’’, que só consegui apresentar uma vez.
Aí eu tive que migrar para os eventos massificados e comecei a participar do Pirifolia em julho de 1999, no Trio da banda do Capilé.
Mas aí no dia 18 de maio de 2000, numa manhã de quinta-feira, cheia de rosas com o consentimento de papai e mamãe, eu vim-me embora pra Teresina.
Aos poucos preparei o show Música e Drama, Humor e Poesia e estreei no Projeto Boca da Noite, no Espaço Cultural Osório Júnior, Clube dos Diários, dia 28 de junho de 2000.
Aí a gente peleja de todo jeito sem apoio financeiro de nenhuma lei de incentivo, nem empresa privada, fica difícil.
Foi quando o João Carlos convenceu o Amaury Jucá a dar uma forcinha. Ele nos ajudou a montar o musical ‘’Benicio Bem, essa mulher é homem‘’. Em 13 de outubro de 2004 nós estreamos em única apresentação no Teatro 4 de Setembro.
Em Setembro 2005 nós levamos o mesmo show para mostrar no DF, num encontro de piauienses.
No ano de 2007, no Projeto Boca da Noite nós apresentamos o show,’’ Ele me deu um beijo na boca.’’ 
Já em 2008, também no Boca da Noite, mostramos o show ‘’O que eu faço na noite’’ 
De novo no Boca da Noite, em Novembro de 2009, nós montamos um show só com música de macumba e de cigano, incluindo as minhas e resultou no magnético show ‘’Benicio Bem e os cavaleiros de aruanda’’.
Eu comecei a assumir meu lado militância LGBT em Agosto de 2010 quando o Grupo Matizes me convidou pra participar do ‘’Divas trans’’ no Osório Júnior.
Com recortes de vários shows eu me apresentei em agosto de 2011 no Festival de Rabeca de Bom Jesus.
Em dezembro de 2011 por ocasião Festival de Humor realizado em Piripiri apresentamos uma releitura do musical ‘’Benicio Bem Essa mulher é homem’’. Foi bem recebido pelo público.
Ai nós decidimos levar essa mesma ideia para o festival de cultura de Oeiras, a convite da antiga Fundac em janeiro de 2012 .Aí já não foi lá essas coisas . Quando eu comecei a cantar ‘’ O carro de bicha abusada’’ ... um senhor saiu do meio do povo dando escândalo mandando eu parar ... Foi contido por um segundo grupo de LGBTS que lhe expulsaram do local. Foi muito babado!
Aí o jeito foi voltar pra Teresina e apresentar já em 2015, em 27 de agosto, participando de mais uma edição do Divas Trans, no Osório Júnior.
E também em 2015 a convite do secretário de cultura Fábio Novo, preparei um pequeno show cigano pra participar da programação de aniversário do Teatro 4 de Setembro- 121 anos no dia 1°de setembro – terça, no Clube dos diários.
Por enquanto é esse!

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