domingo, 15 de fevereiro de 2015

Josípio Lustosa

Josípio Lustosa, filho do comerciante Diogo da Silva Lustosa e de Paulina Candeira Lustosa, nasceu em Barras de Maratoan, em 26 de julho de 1906. Casou-se, em sua cidade natal, com Georgina Fortes de Sousa, filha do ex-prefeito José Fortes. Com ela teve oito filhos. 1) Túlio Fortes Lustosa, casado com Amália Lages; 2) Rita Fortes Lustosa, casada com Moacir da Costa Ferreira; 3) Maria Ivanise Fortes Lustosa, juíza de Direito aposentada; 4) Rubens Renato Chateaubriand Fortes Lustosa, casado com Teresinha Pinheiro; 5) Miriam Fortes Lustosa; 6) Conceição Fortes Lustosa; 7) Renato Roosevelt Fortes Lustosa (in memoriam); casado com uma portuguesa no Rio de Janeiro, de nome Fernanda; 8 ) Francisco de Assis Fortes Lustosa (in memoriam), casado com Maria das Graças Marques Nery Lustosa. Viúvo, casou-se com Maria Inés Mendes Lustosa, em 1963, com que teve duas filhas: 1) Ana Helena Mendes Lustosa; 2) Ana Dulce Mendes Lustosa, antes Ana Dulce Lustosa de Medeiros - divorciada de Jorge Antônio de Medeiros (in memoriam). No intervalo da viuvez, teve relacionamento com Júlia Maria Sousa, com quem teve os filhos: 1) Josias de Sousa Lustosa, casado com Michelly Lustosa; 2) Orlando de Sousa Lustosa; 3) Teresinha de Sousa Lustosa, casada com o Dr. Edson da Paz Cunha Neto, médico psiquiatra; 4) Maria do Socorro Lustosa, casada com Marcus Said, presidente da Federação de Futsal do Piauí; 5) Regina de Sousa Lustosa, residente no Rio de Janeiro; 6) Maria de Lourdes Lustosa, residente no Rio de Janeiro; 7) Ulisses de Sousa Lustosa, esse da Escola de Samba Sambão, carnavalesco; 8) Luís Carlos de Sousa Lustosa (Timba); 9) Sônia Maria de Sousa Lustosa, casada com o Dr. Francisco de Assis Gonçalves Costa, advogado da área trabalhista; 10) Rita de Sousa Lustosa; 10) Antônio Carlos (Tota), falecido no Rio de Janeiro; 11) Carlos Alberto de Sousa Lustosa (Pateca) e 12) Francisco de Assis de Sousa Lustosa (Miúdo), já falecido. E também com Maria Luísa Sousa Neres, com quem teve os filhos 1) Gil Neres Lustosa (in memoriam); 2) Paulo Neres Lustosa; 3) Afonso Maria Ligório Neres Lustosa; 4) Doralice Messias Neres Lustosa e 5) Alice Neres Lustosa.
Montou certa vez padaria - a Padaria Baliza, e um caboclo descalço, mal o sol abria o olho, manhãzinha, saia pelas ruas a gritar, na cidadezinha ainda quase adormecida - ÓIA OS POMBALIZA, arremedo de PÃO BALIZA. O arranjo um bocado profano do vendedor mexia com a santa moral das velhotas rezadeiras e das castas donzelas barrenses. O pão tornou-se maldito, recusado, a greve geral levou Josípio Lustosa a fechar a pequena fábrica, informa o professor A. Tito Filho.
Iniciou sua vida pública como Procurador da Prefeitura de Barras.
Josípio Lustosa deixou Barras em 1938, fixando-se em Teresina, onde passou a exercer o cargo de inspetor Fiscal da Fazenda Estadual, nomeado pelo conterrâneo governador Dr. Leônidas de Castro Mello. Foi diretor geral da Fazenda nos governos Chagas Rodrigues e Petrônio Portella Nunes. Neste, atritou-se com o secretário Cleanto Jales de Carvalho e resolveu exonerar-se, passando a fazer, nas colunas de seu jornal, intensa campanha jornalística contra a administração de Petrônio Portella Nunes, que o demitiu do emprego efetivo que exercia há quase trinta anos e o processou.
Josípio Lustosa ficou na rua da amargura, passando privações com sua família, socorrido pelos amigos. Apelou para o Tribunal de Justiça do Estado, que se julgou incompetente. Apelou para Brasília e um dos ministros do Supremo Tribunal, o parnaibano Evandro Lins e Silva, que foi o Relator do Processo, ficou condoído de sua situação e lhe concedeu o mandado de reintegração, que não foi cumprido pelo governador Petrônio Portela. Quando ele renunciou, para se candidatar ao senado, o vice João Clímaco de Almeida cumpriu o mandato judicial do Supremo. A conclusão é que Josípio foi reintegrado, recebeu todos os salários atrasados, mas o ministro Evandro Lins e Silva, que o salvou, foi aposentado compulsoriamente, por decreto do presidente da República.
Josípio Lustosa sempre agiu corajosamente em defesa de suas ideias, comentou o professor A. Tito Filho, ex-presidente da academia Piauiense de Letras, responsável pelo mandato de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal, que o fez retornar ao cargo na secretaria da Fazenda.
Desde jovem Josípio Lustosa manifestou talento para o jornalismo. Com o apoio do amigo, correligionário e senador Matias Olímpio de Melo, que lhe doou máquinas e equipamentos, fez circular novamente o jornal O Estado do Piauí, em fins da década de 50. Colaboraram com o seu jornal grandes nomes da comunicação piauiense, como Hermes Dias Pinheiro, Francisco Cunha e Silva, José Eduardo Pereira, Ofélio das Chagas Leitão e A. Tito Filho.
O jornal fora fundado em 27 de outubro de 1928. Nesta fase contou com jornalistas e colaboradores como Ney Baumann, Lino Correia Lima, Edgar Nogueira, Linfoldo Monteiro, entre outros. Eram os remanescentes do Estado Novo, que giravam em torno do ex-interventor Leônidas de Castro Melo.
O jornal O Estado do Piauí foi adquirido anos depois pelo empresário João Claudino Fernandes, amigo de Josípio Lustosa.
De acordo com o advogado e jornalista José Eduardo Pereira, o jornal O Estado do Piauí refletia a personalidade de seu diretor-presidente, pautando sua linha por uma posição de muita independência e combatividade.
Figura destacada nas campanhas políticas desenroladas no Estado do Piauí. Foi candidato a deputado estadual pelo MDB. Em 1954 concorreu ao cargo de vereador à Câmara Municipal de Barras. Em 1970, foi candidato ao Senado, mas não foi eleito, apesar deter obtido retumbante número de votos em Teresina. Seu concorrente era Helvídio Nunes de Barros, da Arena, ligado a forte esquema político e ao regime militar.
Patrono da cadeira 28 da Academia de Letras da Região de Sete Cidades, presidida pelo jornalista e escritor José Alves Fortes Filho, que lhe conferiu o título de Personalidade Cultural do Século.
Faleceu em Teresina, em 4 de fevereiro de 1990, com 83 anos de idade.
Leia mais sobre Josípio Lustosa em A. Tito Filho:
http://acervoatitofilho8.blogspot.com.br/…/01/narrativa.html
Texto baseado no livro Josípio Lustosa - perfil de um líder, de autoria do jornalista e escritor José Fortes Filho.

4 comentários:

Anônimo disse...

Não conheci pessoalmente o jornalistas Josípio Lustosa, mas estudei com um filho dele, que deveria ser o Josias Lustosa. Na antiga Escola Técnica Federal do Piauí, no curso de Agrimensura. Curiosamente, nos o chamávamos de Josipio Lustosa Filho.
Esse meu colega de curso, foi o "responsável" por publicar no jornal do pai, O Estado do Piaui, meus primeiros poemas, isso em 1968/69.
Esse foi um favor incomensurável,. Graças a eles, hoje, tenho livros publicados. Deixo explicito os meus mais carinhosos agradecimentos.

Anônimo disse...

Anônimo, não. Nome é Mozaniel Almeida, piauienses, residente em Aracaju-SE.

Anônimo disse...

Filhos de Francisco de Assis Sousa Lustosa

CHIICO MIGUEL disse...

Conheci pessoalmente, uma pessoa de caráter, trabalhador, fundou o jornal O Estado do Piauí, no qualquer colaborei, por muito tempo, no final dos anos 1960, acho que até quando deixou de circular. Era contra o governo Petrônio Portela, que o perseguiu, tomando-lhe o cargo de agente fiscal do Estado.
f
Francisco Miguel de Moura.
Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras
CPF 003036073-00