quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Polemizar ou não, eis a questão...

VII Festival de Cultura de Oeiras ou Festa do 24 de Janeiro?


Joca Oeiras



Para variar um pouco, afinal já estava ficando monótono, desta vez o VII Festcult não foi adiado, mas antecipado em dois dias (de 24 para 22 de janeiro de 2012). Foi, também, encurtado e reduzidas as suas atrações de projeção nacional à cantora Fafá de Belém, escolha pessoal, como a notícia assinala, do Governador do Estado, Wilson Martins. Nada contra a escolha em si mesma da grande cantora, musa da luta pela unidade do Pará, apenas estranhável o critério da escolha, aquilo que seu mestre mandou. Não custa lembrar que o Governador de todos os piauienses é fã da Fafá, mas declarou-se a favor da iníqua divisão do Estado do Piauí.


Fafá de Belém, a musa da unidade paraense

Com até agora não foram divulgadas as atrações regionais e locais, não tenho como me pronunciar sobre isto, apenas lamentar a desorganização e o verdadeiro desrespeito que, de há muito, vem sendo perpretado pelos nossos governantes.

Há dez anos eu, que tenho por nome de batismo Joaquim Luiz Mendes de Almeida, resolvi auto-intitular-me Joca Oeiras e, na verdade, os nomes que se atribuem a pessoas e eventos constituem-se em uma livre escolha. Falo a propósito de chamarem as comemorações cívicas pela Independência do Brasil no Piauí, tradição secular em Oeiras, de VII Festival de Cultura. Considero esta, no entanto, uma lamentável atitude oportunista que deslustra tanto o Festcult e como a tradicional festa patriótica. Afinal, não seria novidade nenhuma se a Fafá de Belém viesse a abrilhantar as Festividades do 24 de Janeiro. Outros artistas já se apresentaram nesta mesma data. Lembro a memorável apresentação da Orquestra Sinfônica de Teresina OST em 2009, assim como o show do humorista João Cláudio Moreno, em 2007, só para citar os mais recentes.


Brilhante apresentação da OST
durante a Festa do 24 de janeiro de 2009 em Oeiras

Conheci uma família numerosa, 11 filhos sendo que quatro deles haviam nascido, em diferentes datas, no mês de fevereiro. Os pais, por legítima medida de economia, comemoravam o aniversário dos quatro na mesma data, variando, ano a ano em função, inclusive, do carnaval. Este é, para mim, o sentido desta junção, a meu ver, espúria: fazer economia, além, é claro, de tentar dar uma satisfação aos que cobram, há mais de dois anos, a realização do VII Festcult.

Mas a economia que se busca hoje não ocorreu no VI Festcult quando a gastança correu solta (R$ 700 mil). Foi aquela enorme liberalidade com o dinheiro público que acabou resultando na penúria atual, sem esquecer da inapetência (falta de tesão) dos gestores em promover a cultura quando não rola muita grana na parada.


O VI Festival de Cultura de Oeiras ocorreu em 2009

Na última vez que escrevi sobre este assunto, em um artigo intitulado “VII Festival de Cultura de Oeiras mais uma vez adiado” (aquele mesmo que provocou a ira de um certo vereador), eu dizia, com toda a razão, como está agora comprovado:

“Entendo que o que ocorreu em Oeiras – a saber, a total e completa desmoralização do Festival de Cultura – só poderá ser revertida com a participação de todos que buscam pensar a Cultura que todos nós queremos, embora não saibamos. O componente pior do não saber fazer a coisa certa é a soberba de jamais admitir que não sabe!”

O povo não quer comprar gato por lebre! Não adianta as autoridades fingirem que estão, finalmente, realizando o tão esperado Festival. Eles podem dizer que estão fazendo, como estão dizendo, podem dourar a pílula quanto quiserem, mas positivamente trata-se apenas de um arremedo, uma brincadeira. Mas estão brincando com coisa séria. Oeiras não merece isso!

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