sábado, 1 de outubro de 2011

Cadê o Tomaz?

Quem passa pela banca, na Praça João Luiz Ferreira, sabe que ele está lá dentro, mas quase não podemos vê-lo. Hoje, pela manhã, às 6 horas da matina, depois de deixar as crias no Diocesano, para mais um dia cansativo e chato de estudo (não posso mais aceitar que estas crianças, nascidas de chip e vivendo de chip ainda estudem o bê a bá com professor mestre escola de lousa - é com S ou com Z? - e giz), resolvo passar na banca do Tomaz. O encontro como nunca o encontrei antes em seus 37 anos de banqueiro. Cheio de fungos pelo corpo todo, deprimido, curvado pelo peso dos impostos e dos fiscais da Prefeitura que lhe tiram os últimos trocados do dia-a-dia. Não dá mais, explode ele! "Não posso ampliar a minha banca, que é quase a mesma de quando comecei. Naquele tempo tínhamos uns tantos títulos, hoje temos centenas de centenas. E o espaço é o mesmo. Além disso, os escritores piauienses apareceram com seus livros e querem expô-los para venda. Também eu quero, mas, cadê espaço?" É verdade, tem mais espaço não. O Tomaz resolveu colocar um expositor perto de um poste perto da banca dele. Um fiscal da Prefeitura apareceu, botou tanta banca em cima da banca do Tomaz que ele não teve jeito a não ser ir à boca do leão colocar suas entranhas lá dentro. "Eu sempre assim, quando eu coloco as unhas para fora, eles, fiscais, aparecem com suas tesouras afiadas e levam os anéis e os dedos". Então, eu resolvi que iria fazer uma campanha, com a ajuda de todos vocês: mais espaço para o Tomaz. Mas, o Tomaz aqui não é só a pessoa úncia do Tomaz, porém todos os Tomazes de todas as bancas de jornais, revistas, livros e outros impressos marrons ou não. Não vejo como aumentar um pouco uma banca de cultura possa prejudicar uma cidade. Ora, uma grande banca de cultura mostra que a sua cidade é culta. É por essa e outras, que o Big Brother, a Fazenda, os assassinos da Fernanda Lages estão soltos. O culpado de tudo é o vigia. Se o prédio já tivesse sido inaugurado, o culpado seria o mordomo. Sim, porque este povo do Ministério Público, esse povo do Tribunal de Justiça - estadual ou federal - tem mordomo sim. Por isso gosto de ir sempre as esses lugares. Esqueço-me que estou num Estado pobre estado e me sinto na Câmara dos Lordes em Londres. Mesmo que seja com aquelas perucas cheias de piolhos. Ora, mas o que é isso diante do que temos aqui... Finalizando, Tomaz me garantiu que está pensando, seriamente, em fechar a sua banca, se as coisas não mudarem. Eu disse que esse prefeito El Mano é legal, tem cara e movimentos da gente, e que ele, sabendo do que se passa, iria lá comprar umas revistinhas dele, Tomaz. Aproveitando, Tomaz pode falar Caras a Caras - Veja, nas buchas, com El Mano sobre o nó que lhe aperta as botas fora. Isto É Interessante! Tomaz é meu amigo, mexeu Contigo, mexeu comigo... Cartas para a Kenard Kaverna.

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