sábado, 24 de setembro de 2011

Poesia, pois é, poesia



Para Mônica Almeida

Emerson Araújo

A rosa branca que trago
Envolta em papel crepom
Põe-se na mão da mulher
Névoa inominável, manhã.

A rosa branca, celebração
Cálice de vinho seco
Papel e fumaça, cabeça de artista
Odor que chega, janela aberta
Outro arabesco.

Não há diálogo lógico, imagem acariciada
Apenas dedos, sopros tirando canção
Pétalas, taça de vidro
E soluços sobre o navio, carne e osso
Alçados da sombra, nosso poço.

A rosa branca, seus jasmins
A rosa branca caída
A espera do beijo, fogo
Âncora de barco sem vela
Lápide de pedra preciosa
A paz em escudo posto.

Nenhum comentário: