sexta-feira, 24 de junho de 2011

Eles não são gays, senhoras e senhores...


Juliana Fiúza

"Teresina deve ser a única cidade do mundo onde homem corre de mulher. Isso mesmo. Corre, pra bem longe. Feia ou bonita, pobre ou rica, magra ou gorda, gostosa ou mignon, advogada ou médica, não importa. Não interessa. Os homens simplesmente não estão afim das mulheres. Nem experimente paquerar com um rapaz desse lugar. Eles vão fazer você se sentir a pior das criaturas. Alto ou baixo. Gordo ou magro. Bonito ou feio. Pobre ou rico. Flamenguista ou Vascaíno. Eles se acham a última garrafinha de água do deserto do Saara, a última bolacha do pacote, o último batom rosa do planeta. E não são.

Numa cidade em que existem 40 mulheres para cada homem (minha estatística), é óbvio que esses infelizes se acham no direito de escolher o cruzamento do rosto Gisele Budchen com a bunda da Juliana Paes. E, enquanto eles esperam suas musas, se sentem no direito de destratar as pobres mortais da capital teresinense. Eles não são gays, senhoras e senhores. Gays sabem muito bem como tratar uma mulher. Apesar de que algumas atitudes de homens de Teresina tem posto suas masculinidades a prova. Tenho uma amiga que buscava e deixava o cara em casa, pagava conta de motel e ainda assim o cara se sentia no direito de dar end nela. Homem que não sabe tratar bem mulher é o fim da picada.

E o mais engraçado disso tudo, é que as mulheres de Teresina ficaram muitissimo mal-acostumadas. E no pior sentido da palavra. Por carência, pra não ficarem sozinhas, aturam homens da pior qualidade. Ligam pra os que dão end nelas, racham conta de cinco reais, se envolvem com caras que tem namorada. E a lista é enorme. Ainda tem homem que desliga o celular no final de semana, que vive saindo escondido com os amigos, que quando a namorada liga fala na mesa “porra, essa mulher já tá me ligando de novo”, que trai, que mente a torto e a direito, que fica com a “melhor amiga”, que conta detalhes da intimidade pra todo mundo, homem que liga de madrugada depois que viu que não ia pegar mais ninguém na noite, que escreve tudo errado e que não tem um assuntozinho interessante sequer pra tratar numa mesa. E o pior de tudo é que esses caras ainda conseguem ser disputados. Ainda conseguem ter umas quarenta malucas atrás deles.

Pode ser caretice minha e tudo o mais, mas bom mesmo era antigamente. Que o cara mandava flores, abria a porta do carro, levava você pra conhecer a família, não deixava mulher fazer muito esforço físico. As mulheres eram tratadas com princesas. Hoje em dia, as mulheres se sujeitam a tudo pra arrumar um marido. Queriam igualdade sexual e pra isso acham que tem que beber cerveja no gargalo, sentar de perna aberta, levar tapinha camarada nas costas, receber um “falou” no final do telefonema e dormir com um homem diferente em cada noite. Tomaram o caminho errado. A mulher resolveu se rebaixar pra se igualar ao homem. Deixaram de ser as princesas para assumir o papel que elas tanto cobiçaram um dia: rachar conta de cinco reais, pagar motel e levar e pegar homem em casa. É caretice minha? Deve ser.

Um dia desses ouvi uma amiga minha dizer que queria ser homem porque eles podem decidir quando querem namorar. Peraê, cara! Como assim?

As mulheres aqui em Teresina assumiram um papel de independência tão forte, se igualaram tanto, que os homens não querem mais fazer um esforcinho sequer. Aqui, são as mulheres que tem que seduzir o tempo todo. Deixaram de ser a caça e se transformaram em caçadoras. São elas que paqueram, pedem telefone, ligam. E os homens se tornaram meros observadores, porque sequer o papel que elas delegaram eles conseguem exercer: o de escolher.

Eu tenho uma teoria um tanto quanto perversa: se for verdade mesmo que Deus fez o homem do barro, tenho certeza absoluta que o rascunho, o que não foi dando certo, ele foi jogando aqui no Piauí. Fazer o que, né?

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