sexta-feira, 26 de novembro de 2010

José de Moraes Correira

Localizado próximo aos portões que descerram a entrada principal da Federação das Indústrias do Piauí, à Rua Riachuelo, este busto simboliza a justa homenagem dos industriais piauienses a uma das mais notáveis personalidades parnaibanas, fundador e primeiro Presidente da FIEPI (1955-1956), e que, por longas décadas, esteve à frente da empresa que possuiu o maior complexo industrial do Piauí: Moraes & Cia; esta que foi uma das pioneiras do estado na comercialização e exportação de sabonetes “Glicerol” e “Moraes”, cera de carnaúba, centrífugas, óleo de oiticica, silicato de sódio, dentre outros.
Filho de Jozias Benedito de Moraes com Joana Rita de Moraes Correia, José de Moraes Correia nasceu em Parnaíba no dia 19 de março de 1895. Iniciou os estudos na terra natal, tendo como professora a mesma mestra de Humberto de Campos e Berilo Neves, D. Marocas Lima. Depois seguiu para o Recife, onde estudou de 1906 a 1907 no tradicional Instituto Ayres Gama, este que foi a mesma casa do saber para Waldemar de Oliveira, diretor, autor, tradutor compositor, arranjador, regente, crítico, ator e cenógrafo, fundador do Teatro de Amadores de Pernambuco e Teatro do Estudante do Brasil.
No ano seguinte, a família do José de Moraes Correia o envia a Portugal, para, em Lisboa, estudar o curso comercial. Em 1910, segue para a Inglaterra, fixando-se, por pouco tempo, na cidade de Ilkley, em Yorshire, tendo, lá, aperfeiçoado as técnicas comerciais e o conhecimento da língua inglesa. Através de acordos firmados entre a empresa de seu pai, Ribeiro, Moraes & Santos, nos anos de 1911 e 1912 trabalhou para a Camberlain Deaner & Co. (a mesma que ofertou à família Clark, parceira comercial no Brasil, aquela que teria sido a primeira bola de futebol do Piauí).
De volta à Parnaíba, 1913, assume o posto de Auxiliar de escritório na firma Moraes, Santos & Cia. Em 1947 a firma muda a sua razão social, incorporando um novo nome: Moraes S.A. Indústria e Comércio, e José de Moraes Correia torna-se o seu primeiro Diretor-Presidente.
Ainda no ramo do comércio e indústria, fundou uma empresa de navegação “Empresa Moraes de Navegação Costeira S.A.”, cujo navio “Jozias Moraes”, para linha de Luís Correia ao Rio de Janeiro, com escala em Recife, possuía uma capacidade para 700 toneladas.
Na vida associativa, foi Presidente da Associação Comercial de Parnaíba, Presidente do Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Piauí, Diretor Regional do SESI (1955-1966), Presidente do Conselho Regional do SENAI (1955-1966), membro do Conselho de Representantes da Confederação Nacional da Indústria e Sócio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Parnaíba.
Segundo Caio Passos, um de seus biógrafos, autor, inclusive, que nos serve de base para este ensaio, “O Coronel Zeca Correia penetrou em todos os setores da vida parnaibana, no louvável intuito de bem servir à sua terra natal e ao Piauí”, assim se refere Passos à fundação do Parnahyba Sport Club, ao primeiro automóvel do Piauí, primeiro rádio-receptor do estado, à construção da Usina Elétrica em Amarante, dentre outras importantes e cívicas campanhas em favor de Parnaíba, como, por exemplo, a manutenção do nome da cidade, em razão da antiga resolução que abolia os topônimos no País.
Casou-se, em 1917, com Almira Basto Correia, filha do primeiro médico parnaibano formado, João Maria Marques Basto, e com ela teve oito filhos. Faleceu no Rio de Janeiro no dia dois de abril de 1978. Além do busto, Parnaíba lhe presta homenagem emprestando seu nome a uma artéria urbana, que se inicia na Avenida Princesa Isabel e segue até o fim do Bairro Santa Luzia.

Fonte: O Piaguí.

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