Vitória de Chagas Rodrigues - Na penúltima eleição antes do golpe militar de 1964, Chagas Rodrigues venceu José Gayoso de Almendra Freitas por 101.523 votos contra 82.647 votos atribuídos ao concorrente. Tibério Barbosa Nunes elegeu-se vice-governador derrotando o prefeito de Teresina Agenor Almeida. Joaquim Santos Parente (103.597 votos) derrotou José Mendonça Clark, para mandato de oito anos no Senado. O major José Vitorino Correia ficou na suplência de senador, em disputa com Sigefredo Pacheco. Petrônio Portella foi eleito prefeito de Teresina, derrotando Crisippho Aguiar (ex-secretário de governo de Joca Pires e irmão de Eurípides de Aguiar). O advogado Inácio Soares da Silva (ex-vereador, deputado estadual, ex-diretor do Banco do Estado do Piauí) foi eleito vice-prefeito.
Pedro Freitas justifica derrota para Chagas Rodrigues - Em entrevista ao historiador Manuel Domingos Neto11, Pedro Freitas dá a sua versão sobre as eleições de 1958:
“- Vamos falar da eleição de Chagas Rodrigues... Por que o senhor perdeu a eleição? - A campanha do Chagas Rodrigues foi bem feita. Eu já vinha governando, depois foi o general Gayoso, que era meu cunhado (a minha primeira esposa - Carolina - era irmã dele) e, contra a minha opinião, apresentaram meu filho, José Gayoso Freitas, para governador. Seria uma ditadura de três mandatos. Essa foi uma das principais razões. A outra foi a morte, por acidente, de Demerval Lobão (candidato a governador pela UDN) e do deputado Parente. Isso abalou muito a opinião pública em favor dele. Meu filho terminou perdendo a eleição. Sigefredo Pacheco brigou com Leônidas e fez uma imposição ao Governo Gayoso. Leônidas se zangou e passou para a oposição.
- Que tipo de pedido o Leônidas fez? - Foi a briga de um soldado em Barras. Sigefredo disse que o soldado estava ameaçando matar o médico de lá, doutor Lages. O Lages era amigo de Sigefredo. O Leônidas disse que o soldado não tinha coisa nenhuma, nem tinha espírito mal. O Gayoso terminou retirando o soldado a pedido de Sigefredo, contra a vontade de Leônidas. Leônidas, que tinha fundado o PSD, não teve força para manter um soldado de polícia! Passou para o outro lado e meu filho perdeu a eleição. A causa essencial foi Sigefredo, com essa briga com o Leônidas.
- Como foi a escolha do seu filho para candidato? - A grande maioria - eu não queria - preferia um nome que não tivesse nem Gayoso nem Freitas, para não se dizer que era oligarquia. Mas o partido o escolheu.
- Qual a opinião do senhor a respeito do ex-governador Chagas Rodrigues? - É um grande conversador, mas não é um bom administrador. É um politiqueiro que quer oposição. Tudo dele era interesse político, não tinha negócio de solidariedade não. Era interesse político pessoal dele. Não tinha popularidade. Mas como administrador, não demonstrou capacidade. Agora, o pai dele era homem muito bom e muito meu amigo, o Poncion Rodrigues. Também, ele era parnaibano. Aqui sempre houve, assim, uma coisa do povo de Parnaíba com o povo de Teresina. Uma rivalidade, sempre! Já foi muito grande, mas hoje ainda se nota. O que é fato é que, para apoiar Petrônio, todo mundo foi solidário.”12
- Chagas Rodrigues, como governador, chegou a prejudicar a influência política do senhor? - Pouco, pouco. Não conseguiu. Ele apoiou e prestigiou os correligionários dele. Meus correligionários foram todos demitidos e substituídos pelo pessoal dele. Ranulfo Raposo falava que ele se deu bem com o pessoal do PSD... Perseguição forte, bem hostil, não. Não vivia hostilizando. Mas ele não prestigiava o PSD. Nunca prestigiou. Aqui (em Teresina), ele traiu. De Parnaíba, eu não dou notícia. É a terra do Chagas. Mas o fato é que o Chagas nunca mereceu muita confiança política.”
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