José Maria Vasconcelos
josemaria001@hotmail.com
Sabe a origem, QUO VADIS, conhecidíssima expressão latina? QUO VADIS invadiu culturas, ilustra sites, empresas de ônibus, turismo, escolas, quem sabe, motéis. Foi título de filme épico, de enorme sucesso, produzido em 1951. Preciso viajar no tempo, percorrer o túnel quilométrico das catacumbas de Roma, para extrair alguma lição inspiradora aos que se esfolam em busca de ambição e poder.
Os primeiros cristãos abriam túneis, longe do centro de Roma, para celebrar cultos religiosos, fugindo ao ódio e perseguição romana, que lhes infligia terríveis carnificinas, no Coliseu, em espetáculo popular. A plateia delirava, contemplando a farra dos leõs devorando corpos, ou vítimas derrentendo-se, amarradas em cadeiras em brasa, ou gemido com a punhalada. As catacumbas se estendem por quilômetros debaixo do chão. O tom escuro das paredes absorve a luz das lâmpadas. As catacumbas assemelham-se a imenso corredor. As imagens lembram o martírio de heróis cristãos, especialmente no governo do tirano imperador Nero. Bela e rica Cecília, debruçada no chão, degolada, não me sai da memória. Padroeira dos músicos, tocava divinamente. Inimigos da Igreja só se recordam dos desatinos de papas e padres. As catacumbas assombram bem mais pelo sangue heroico derramado.
Conta a tradição cristã que o apóstolo Pedro, primeiro chefe da Igreja por escolha de Jesus, aterrorizado com a perseguição à Igreja primitiva, fugiu de Roma, pela Via Ápia, ainda hoje avenida. Apareceu-lhe Jesus no caminho. Pedro, o chefe escolhido por Jesus, aquele mesmo que O negara três vezes, e três vezes confirmara sua adesão: ”Tu sabes, Mestre, eu Te amo.”
Quando Pedro viu Jesus na Via Ápia, indagou-lhe, surpreso: “Quo vadis, domine!” Aonde vais, Senhor!? Ao pusilânime apóstolo Jesus respondeu-lhe, ironizando-lhe a fuga covarde:“Vou a Roma morrer novamente!” Pedro entendeu o recado. Meia volta, regressou a Roma, assumiu o poder que lhe fora confiado. Pedro, Apóstolo, Príncipe dos Apóstolos (PAPA) terminou sua missão, na terra, crucificado de cabeça para baixo, testemunhando a maior prova dos amantes de Deus: a vida em doação.
Quando me debruço sobre o passado heroico dessa gente, me decepciono, só de assistir a eterna lengalenga de alguns candidatos ao exercício do poder. Porque “a autoridade vem de Deus”, conforme apóstolo Paulo. É coisa séria.
O poder não é bibelô na escrivaninha do chefe. O nobre poder de comandar é divino; o de dominar é diabólico. Conquista-se o poder como missão de doação e dever. Amor à pátria em vez do prato. Quem ama se doa. Quem busca o poder, inclusive o econômico, propõe-se a se dividir, a se multiplicar, somar com os outros por superior causa. Só pessoas abençoadas conseguem decifrar o poder que recebem do Alto, embora exerçam com dignidade a tarefa sob a vergasta da inveja e perseguição. Fidelidade aos ideais, até debaixo do chão. Faltam catacumbas e herois em nossa atualidade. A missão do QUO VADIS encontra-se em extinção. A dos covardes, porém, abunda.
josemaria001@hotmail.com
Sabe a origem, QUO VADIS, conhecidíssima expressão latina? QUO VADIS invadiu culturas, ilustra sites, empresas de ônibus, turismo, escolas, quem sabe, motéis. Foi título de filme épico, de enorme sucesso, produzido em 1951. Preciso viajar no tempo, percorrer o túnel quilométrico das catacumbas de Roma, para extrair alguma lição inspiradora aos que se esfolam em busca de ambição e poder.
Os primeiros cristãos abriam túneis, longe do centro de Roma, para celebrar cultos religiosos, fugindo ao ódio e perseguição romana, que lhes infligia terríveis carnificinas, no Coliseu, em espetáculo popular. A plateia delirava, contemplando a farra dos leõs devorando corpos, ou vítimas derrentendo-se, amarradas em cadeiras em brasa, ou gemido com a punhalada. As catacumbas se estendem por quilômetros debaixo do chão. O tom escuro das paredes absorve a luz das lâmpadas. As catacumbas assemelham-se a imenso corredor. As imagens lembram o martírio de heróis cristãos, especialmente no governo do tirano imperador Nero. Bela e rica Cecília, debruçada no chão, degolada, não me sai da memória. Padroeira dos músicos, tocava divinamente. Inimigos da Igreja só se recordam dos desatinos de papas e padres. As catacumbas assombram bem mais pelo sangue heroico derramado.
Conta a tradição cristã que o apóstolo Pedro, primeiro chefe da Igreja por escolha de Jesus, aterrorizado com a perseguição à Igreja primitiva, fugiu de Roma, pela Via Ápia, ainda hoje avenida. Apareceu-lhe Jesus no caminho. Pedro, o chefe escolhido por Jesus, aquele mesmo que O negara três vezes, e três vezes confirmara sua adesão: ”Tu sabes, Mestre, eu Te amo.”
Quando Pedro viu Jesus na Via Ápia, indagou-lhe, surpreso: “Quo vadis, domine!” Aonde vais, Senhor!? Ao pusilânime apóstolo Jesus respondeu-lhe, ironizando-lhe a fuga covarde:“Vou a Roma morrer novamente!” Pedro entendeu o recado. Meia volta, regressou a Roma, assumiu o poder que lhe fora confiado. Pedro, Apóstolo, Príncipe dos Apóstolos (PAPA) terminou sua missão, na terra, crucificado de cabeça para baixo, testemunhando a maior prova dos amantes de Deus: a vida em doação.
Quando me debruço sobre o passado heroico dessa gente, me decepciono, só de assistir a eterna lengalenga de alguns candidatos ao exercício do poder. Porque “a autoridade vem de Deus”, conforme apóstolo Paulo. É coisa séria.
O poder não é bibelô na escrivaninha do chefe. O nobre poder de comandar é divino; o de dominar é diabólico. Conquista-se o poder como missão de doação e dever. Amor à pátria em vez do prato. Quem ama se doa. Quem busca o poder, inclusive o econômico, propõe-se a se dividir, a se multiplicar, somar com os outros por superior causa. Só pessoas abençoadas conseguem decifrar o poder que recebem do Alto, embora exerçam com dignidade a tarefa sob a vergasta da inveja e perseguição. Fidelidade aos ideais, até debaixo do chão. Faltam catacumbas e herois em nossa atualidade. A missão do QUO VADIS encontra-se em extinção. A dos covardes, porém, abunda.
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