quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sobre galos, canários e mulheres

Galos de briga. Foto sem crédito.


O IBAMA, há cerca de dez dias, apreendeu, em uma rinha na zona rural de Teresina, 127 galos de briga. Aplicou multa e está processando criminalmente os algozes dos galos, digo, os donos, ao passo que os galos foram transferidos para unidade da EMBRAPA, onde serão tratados.

Ocorre que o IBAMA, logo após a apreensão, e antes da intervenção da EMBRAPA, andou ameaçando abater ditos galos, o que motivou protestos (justos) dos algozes, digo, criadores e da APIPA Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais.

A edição de hoje do jornal Meio Norte, de Teresina, traz o texto 'Galos de briga', de Heitor Castelo Branco Filho, da Academia Piauiense de Letras, que se alia aos criadores e à APIPA, alinhando argumentos bem singulares. Alguns deles:

Na briga de galo, a luta termina quando um dos atletas abandona a luta. Ocasionalmente, em todas as modalidades de luta, já aconteceu a morte de um dos licitantes (sic)'; (acho que se quis dizer 'litigantes');

No caso particular do galo de briga (...) são animais que não têm condição de viverem por si sós. Somente sobrevivem com tratamento fidalgo, tomando vários banhos diariamente, sendo massageados com cremes especiais e com alimentação rigorosamente elaborada por médicos veterinários nutricionistas;

Como os lutadores em geral, estes galos defendem, nas rinhas, a sobrevivência de suas espécies. Sem combate não teriam aficionados que deles cuidassem e não poderiam sobreviver por conta própria. Sem essa assistência, eles simplesmente desapareceriam. Tal como os Canários Belgas que sobrevivem cantando e não prescindem de tratamento muito especial;

Para que se extinga o galo de briga, sob a alegação de que sofrem nas lutas, seria consentâneo também cremar os diversos lutadores de ringue, os cavalos que são açoitados e esporados nas corridas de hipódromos, os burros e jumentos de carga que são continuamente surrados (...), os jogadores de futebol que são impiedosamente pisoteados nos estádios, e por que não, as esposas diuturnamente espancadas, humilhadas e horripiladas por monstros humanos que, pela superioridade física, as submetem a torturas físicas e mentais.

Tem mais. Paro por aqui.

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