Fernando Haddad, ministro da educação.
Foto sem crédito.
Uma sala de aula do ensino médio em que alunos têm mais anos de estudo do que o professor. Esse é um dos problemas revelados pelo último censo dos professores, como mostra a repórter Poliana Abritta.
Mulher, 30 anos, formada em pedagogia. Elaine Ribeiro é uma típica professora brasileira. “A gente precisa sim se qualificar todos os anos e o curso é essencial para qualquer profissão”.
O Brasil tem hoje mais de 1,8 milhão professores em escolas públicas e privadas, mas 13% não deveriam estar em sala de aula porque não têm formação para isso. A situação é pior nos últimos anos do ensino fundamental. Quase 27% dos professores não são habilitados. Em Roraima, esse índice é de 66%. Já em São Paulo, cai para 6%. Entre os não qualificados, existem professores que têm curso superior, mas que não são licenciados para ensinar, os que têm apenas o ensino médio e os que só estudaram até o ensino fundamental. Os professores com baixa escolaridade dão aula para 600 mil alunos em todo o país. Em muitos casos, eles ensinam o que nunca aprenderam na escola, porque, apesar de terem estudado até o ensino fundamental, dão aula para alunos do ensino médio.
O especialista em educação Gilberto Lacerda Santos aponta um outro problema que os números não mostram: tem muito professor formado que não sabe ensinar. “De modo geral, nós encontramos um professor despreparado no que diz respeito ao conhecimento técnico de pedagogia e aos conhecimentos específicos dos conteúdos que eles têm que manipular, dialogar”.
O Ministério da Educação decidiu oferecer curso nas universidades públicas para os professores que não têm formação adequada. Também vai pagar o financiamento estudantil do universitário que depois de formado virar professor da rede pública e mudar o currículo dos cursos de pedagogia. “Falta muito para nós chegarmos a uma situação confortável do ponto de vista da formação. O objetivo desse conjunto de medidas é para que, no curto e médio prazo, nós consigamos alterar radicalmente o quadro da formação valorizando o magistério”, declarou o ministro da Educação, Fernando Haddad.
O Ministério da Educação declarou que tem recursos suficientes para executar as medidas. O projeto de lei do financiamento estudantil ainda precisa ser aprovado pelo Congresso.
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