Emerson Araújo. Foto de Kenard Kruel.
Os 30 anos de minha parca vida passei na sala de aula. Na militância diária a favor do magistério de língua portuguesa e suas extensões. Entre as extensões destaco o ensino da língua normativa, da literatura de língua portuguesa e da produção textual.
Foi na sala de aula sem adjetivos entre pós de giz e alunos e alunas às vezes interessados ou não que me pus íntegro, acreditando está contribuindo para a formação de um mundo justo e de pessoas honestas e solidárias com as outras. Se fiz isso não sei, mas a minha mais pura e necessária vontade foi esta.
Diante deste preâmbulo pessoal digo, ainda, que não filosofei tanto como deveria, mas procurei dar ao aluno o melhor das informações e dos conceitos, partilhando com eles experiências de vida. Nunca fechei nada, mesmo porque não adianta "fechar" o que continuará aberto sempre.
Foi na sala de aula sem adjetivos entre pós de giz e alunos e alunas às vezes interessados ou não que me pus íntegro, acreditando está contribuindo para a formação de um mundo justo e de pessoas honestas e solidárias com as outras. Se fiz isso não sei, mas a minha mais pura e necessária vontade foi esta.
Diante deste preâmbulo pessoal digo, ainda, que não filosofei tanto como deveria, mas procurei dar ao aluno o melhor das informações e dos conceitos, partilhando com eles experiências de vida. Nunca fechei nada, mesmo porque não adianta "fechar" o que continuará aberto sempre.
Como propfessor de literatura na práxis pedagógica cotidiana coloquei autores portugueses, brasileiros(os piaueinses, inclusive) em pé de igualdade sem me preocupar com datas, com síteses históricas e com arremedos didáticos em torno da produção artística literária.
Agora vejo, mais uma vez, uma velha discussão estéril em torno da literatura brasileira produzida no Piauí. Digo estéril porque precisamos ultrapassar este "blablablá" que não acrescenta e nem esquenta a nossa mais tenra necessidade de levar ao público-leitor de sala de aula ou não o autor piauiense e a sua obra literária.
Volto a minha experiência de sala de aula, sempre levei ao conhecimento geral de todas e todos que se fizeram alunos e olha que o número é alto, o autor português, brasileiro(inclusive piauiense) sem traumas e medos de ser feliz.
Sempre acreditei que o regionalismo romântico de um Francisco Gil Castelo Branco estaria no mesmo plano de um Viconde de Taunay ou de um Almeida Garret em espaços geográficos, linguísticos e sociológicos não tão diferentes. Sempre coloquei lado a lado os autores de O Cortiço e Um Manicaca na mesma trilha estética de um naturalismo punjante e determinista, alguém há de duvidar disso?
Por fim, fica a simplória certeza de que a discussão posta é estéril com os Barthes da vida, com a falta de formulação acadêmica para o tema e com a falta de coragem sempre de levar ao público-leitor destas plagas que não é só o aluno de escolas mal fadadas e de uma educação institucional que é a pior do Brasil apesar dos Dons Barretos e dos "bilinguiguins" das esquinas destas plagas, a obra do autor piauiense de qualquer tempo, de qualquer formulação temática, estética e deixemos de ladainhas que o milênio e os leitores nosso de cada dia nos cobram.
* Emerson Araújo é professor.
Volto a minha experiência de sala de aula, sempre levei ao conhecimento geral de todas e todos que se fizeram alunos e olha que o número é alto, o autor português, brasileiro(inclusive piauiense) sem traumas e medos de ser feliz.
Sempre acreditei que o regionalismo romântico de um Francisco Gil Castelo Branco estaria no mesmo plano de um Viconde de Taunay ou de um Almeida Garret em espaços geográficos, linguísticos e sociológicos não tão diferentes. Sempre coloquei lado a lado os autores de O Cortiço e Um Manicaca na mesma trilha estética de um naturalismo punjante e determinista, alguém há de duvidar disso?
Por fim, fica a simplória certeza de que a discussão posta é estéril com os Barthes da vida, com a falta de formulação acadêmica para o tema e com a falta de coragem sempre de levar ao público-leitor destas plagas que não é só o aluno de escolas mal fadadas e de uma educação institucional que é a pior do Brasil apesar dos Dons Barretos e dos "bilinguiguins" das esquinas destas plagas, a obra do autor piauiense de qualquer tempo, de qualquer formulação temática, estética e deixemos de ladainhas que o milênio e os leitores nosso de cada dia nos cobram.
* Emerson Araújo é professor.
3 comentários:
O poeta Emerson Araújo está certíssimo ao abordar Abdias Neves no mesmo quadro do naturalismo brasileiro em que se estuda Aluísio de Azevedo. No entanto e apesar de ser esta a atitude metodolgicamente correta, isso não impede uma disciplina específica para o estudo dos autores piauienses, entre outras razões porque o cânone nacionalmente estabelecido não contou, nem conta, na sua configuração, com a participação efetiva das ditas "periferias" culturais, como a nossa. Agora isso tem que ocorrer com um máximo de rigor e um mínimo de subjetismo, que é o que, até aqui, não tem sido feito. Abração, poeta!
Caríssimo, Airton Sampaio, compartilho contigo da inserção da literatura, dita piauiense, nos conteúdos programáticos de língua portuguesa/literatura brasileira. Sem subjetivismos, mas com método. Eu já venho fazendo isso na minha prática docente há vários anos. Você continua lúcido como sempre, parabéns!
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