Pedro Stédile - Época.
By Cárcamo.
*Raymundo Araujo Filho
A aristocracia política à esquerda e à direita, costumam eximirem-se de citações nominais, em suas críticas políticas, notadamente quando se trata de aliados do mesmo campo de articulações. No caso da esquerda é pior ainda, pois basta uma divergência maior, para já rotularem os críticos do Adesismo e Colaboração de Classes de "agentes da direita", "falsa esquerda" e adjetivos assemelhados, mesmo quando eles é que estejam a atravessar o Rubicão da Adesão e Colaboração de Classes, recorrente e infrutífera, como nos tem mostrado a história, e não os escritos de algum Messias do Apocalipse.
Não é o caso de minha conduta, pois não tenho vocação nem trajes para frequentar a Aristocracia Política (ou outra qualquer), seja de qual matiz for. Sendo Aristocracia, para mim é tudo igual. Portanto são imprescidíveis as citaçções nominais que farei nos meus textos, para que fique bem claro para onde e para quem são direcionadas as minhas críticas políticas, e não pessoais. Além da perfeita localização dos textos a que me refiro.
Porque os adesitas chamam de "falsa esquerda", quando não "colaboracioniustas" aqueles que criticam a tática de apoio (mesmo crítico) e aceitação da promiscuidade institucional nas relações entre os dirigentes do Movimento Social e Sindical e o Governo?
A explicação é simples e Freudiana: Atribuem aos que os criticam, o espelho que vêm de si mesmo, camufladamente nos seus inconcientes. Tem a ver com a postura narcisista, que tem como exponência o autoritarismo e o pensamento único. Quando não por mera safadeza premeditada de alguns bem treinados, para confundir o debate. Ou há alguém que não conhece estas técnicas de "persuasão"?
Assim, são famosos os achaques de vários lullo petistas, nos chamando de membros da direita e até do grupo Guararapes, infiltrado na "pobre e ingênua esquerda". Algo risivel, mas não perdoavel.
Há pouco tempo, travei um ríspido diálogo com um membro do Conselho Editorial do jornal Brasil de Fato, Alípio Freire, que MENTIU publicamente sobre mim, dizendo que vivo a criticar PESSOALMENTE o Stédile, quando o que faço são críticas políticas a este, que acho um dirigente vacilante e que não esteve a altura do potencial das Bases do MST, estrangulando-a em seu apoio inconsequente e verticalizante, estes anos todos ao PT e ao Lula.
O próprio João Pedro Stédile, em seu artigo MST 25, em comemoração ao quarto de século do MST, inicia seu artigo escrevendo "apesar dos conservadores e da falsa esquerda, o MST vai avançar..". É este tipo de ilação, ao meu ver sórdida, que tenta isolar aqueles que, mesmo pagando alto preço, não se furtaram de apontar os equívocos táticos do adesismo da direção do MST aos governos que lhes acenam, indistintamente (do Lula ao Requião, passando pelo digno, mas vacilante Jackson Lago). Até bem pouco tempo sei bem qual era a opinião do MST a estes dois governadores. Do Requião então, o que diziam dá para ruborizar qualquer um. Hoje arrulham, com o pombinhos em Lua de Mel. Mas, deste artigo tratarei em artigo a seguir.
Depois vem o prof. Emir Sader, um governista a toda a prova, em artigo sobre o FSM a desqualificar aqueles que teceram críticas à esrtrutura e "novas" perspectivas do FSM, em perigosa promiscuidade institucional com presidentes, governadores, partidos, parlamentares e quetais, em claro enquadramento e aparelhamento da iniciativa, que ora está em risco, ao meu ver. Tratarei mais amiúde deste tema, em artigo.
Assim, ficamos muito de nós, que temos denunciado a equivovoda política de adesão e promiscuidade institucional entre a classe dirigente dos Movimentos e os Governos, a sermos considerados verdadeiros párias políticos, com a pecha de aliados dos que exploram o Povo e querem a sua subjugação. Enquanto estes que nos acusam de "falsa esquerda" fazem todo o tipo de alianças, sustentação de políticas e governos, além de admitirem aliados que nem o lado de lá do Rubicão aceitam mais, pois são a escória da escória. Sequer acho necessário citar, pelo menos 20 destes que eram o passado, até o presente com Lula. De Jáder a Severino. Passando por... bem, deixa prá lá....
Isso sem contar com o não rompimento com o PT e o Lula, libertando o Movimento da super estrutura político-institucional sequestrada que temos, para que ele pudesse articular-se com a sociedade "sem medo de ser feliz". E sem sustentar traidores.
Uma jovem militante gaúcha do MST, a quem conheci bem despolitizada, quando estava ainda a se iniciar na organização, na posição que tem hoje de alto coturno na estrutura de formação educacional do MST, teve o desplante de vir me passar sermão internético, protestando sobre as críticas que faço aos seus chefes, e me dizendo "inimigo do MST". Se esta tivesse lido a peça de Henrik Ibsen "O inimigo do Povo", lavaria a boca, após esta verdadeira bola fora. De despolitizada que era, deve se achar, hoje, a Maria Antonieta dos Sem Terra. Só porque decorou meia dúzia de dogmas da esquerda conservadora e autoritária que frequenta e pela qual é sustentada.
Seria redundante e enfadonho que eu listasse aqui, duas dezenas de políticas lesivas ao Povo Brasileiro e Latino Americano perpetrado por Lula e seu esquema político, sustentado até hoje por estes que nos acusam de "falsa esquerda", em clara traição política. Dos Transgênicos à Transposição do Velho Chico. Da Paralisação da Reforma Agrária, ao auxílio sem fim ao Agronegócio. Da criminalização dos Movimentos Sociais ao beneplácito com os Marcos Valérios. Dos emprétimos fáceis às Mineradoras e Papeleiras, à ajuda aos Bancos. Do superavite primário, à dependência externa. Fora a corrupção, mensalão, alianças à direita e quetais.
Por tudo isso, aviso aos navegantes de águas turvas: Falsa Esquerda, Uma Ova!
* Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e já viu muita coisa ruim nesta vida. Mas não tão ruim quanto esta auto initulada e aristocrática "esquerda" adesista e colaboracionista como a brasileira. Rebelião Neles!
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