domingo, 15 de fevereiro de 2009

Carta aberta ao Dr. Alberto Silva

Alberto Silva.

Montgomery Holanda

Preliminarmente, gostaria que me fosse dada uma concessão especial para dispensar as formalidades de praxe, bem como também as honrarias de tratamento e, ainda, utilizar um tom mais coloquial nestas mal traçadas linhas.

Julgando ter conseguido esse direito, já que o Sr. sempre foi uma pessoa sem vaidades e desprovida de qualquer narcisismo, gostaria de confessar publicamente a minha profunda admiração pelo Senhor, pelos seus predicados e ações, não apenas como pai de família exemplar, mas também como profissional altamente competente, qualificado, experiente e, principalmente, como político e administrador.

Isto posto, em testemunho da verdade, eu, Montgomery Holanda, jornalista e radialista do batente há mais de 40 anos, dou fé e assino esta missiva, externando minha posição pessoal de que o Senhor jamais foi um sonhador, como afirmam os incautos e mequetrefes, que não conhecem o seu passado de realizações. Antes de vir para o Piauí, em 1971, já o conhecia de Fortaleza, como um dos grandes colaboradores do então Ministro de Viação e Obras Públicas, Virgílio Távora (ex-governador do Ceará), que realizou várias e importantes obras em todo o Nordeste. Pelo contrário, foi e é um realista e futurista. Quem sabe, talvez, também tenha lido Brasil, País do Futuro, de Stefan Zweig.

Entretanto, meu respeito pelo Senhor aumentou com um maiores atos de sua carreira política-administrativa: a nomeação do insubstituível Raimundo Wall Ferraz, para o cargo de Secretário de Estado da Educação. Assim, foi no seu primeiro Governo, que se implantou, através de Wall, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação e, por conseqüência, passou a vigorar o Estatuto do Magistério, bem como foi construído e passou a funcionar o Centrepec – Centro de Treinamento do Pessoal da Educação, em Campo Maior. (Recordo-me que, na época, professor no Piauí era respeitado, podia comprar um “fusquinha” zero Km e dava aulas de paletó. Se eu estiver mentindo, me corrija). Além disso, ainda de contra-peso, construiu o Instituto de Educação Antonino Freire.

Dr. Alberto, por dever de Justiça, sou forçado a lembrar outras realizações dos seus dois Governos, pela ordem de importância, segundo minha opinião: a Rodovia Transpiauí ( esse nome é meu), o Terminal de Petróleo, o Trem Metroplitano, a Maternidade Dona Evangelina Rosa, o Parque Zoobotânico, o Albertão, a Potycabana, o Tribunal de Justiça e a reforma da Avenida Frei Serafim. Mas, a importância não está nas obras físicas, e sim na devolução do orgulho dos piauienses, que viram o seu Estado sair do anedotário nacional.

Tive o prazer de vê-lo esta semana na televisão, numa entrevista com a jornalista Cyntia Lages, demonstrando uma lucidez fora do comum apesar da avançada idade e dos recentes problemas de saúde, felizmente superados.

Entretanto, sou obrigado a confessar, com toda sinceridade e me perdoe pela autenticidade: o Senhor falou que está pensando em vir ao Piauí em abril ou maio próximos, para entrega da estação terminal do metrô, na Praça da Bandeira. Sei não, pode até acontecer, mas tenho minhas dúvidas. Digamos que sim, mas, quanto ao projeto de levar o trem até o Centro Administrativo...e...depois até o Parque Piauí...

A pausa é proposital, para lhe fazer uma pergunta: o Senhor também leu “Utopia”, de Thomas More? A obra descreve uma sociedade que entende como melhor do que aquela “ilha”, onde More vivia. O próprio nome da ilha acaba corroborando essa concepção geral de que Utopia ( do grego, ou-topos: lugar nenhum) é considerada como o local onde se encontraria a sociedade ideal, e sendo ideal, inalcançável.

Dr. Alberto, algumas idéias suas ainda não realizadas estão funcionando mundo afora, como a dos canteiros sobre os tetos de residências, para o cultivo da hortaliças e também para amenizar o calor. Vi, recentemente, uma reportagem no programa Mundo S.A. da Globo News, prédios no Arizona (USA) cobertos de verduras.

Lamento o Governo Lula não ter acatado a sua excelente idéia de se criar um Conselho para recuperação das rodovias federais no país (com obras realmente sérias e duradouras), o qual poderia se presido pelo Senhor, com todos os méritos

Finalizando, sonhos como o de levar o metro até o Parque Piauí e da recuperação da estrada de ferro Altos- Luís Correia, o Porto de Luís Correia e as eclusas de Boa Esperança, não seus apenas seus, mas meus também e de todos os piauienses. Estou com 65 anos de idade e espero ainda viver o bastante, para que, lá adiante, num futuro bem distante, eu possa ver este sonho se tornar realidade.
Cordiais saudações, com votos de que Deus conserve essa saúde férrea, para viver anos a fio, como a mesma lucidez, boa fé, honradez e bondade, para o progresso do Piauí e o bem estar do seu povo.

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