sábado, 31 de janeiro de 2009

Violência: Mutirão do Carnaval

Xerife Robert Rios. Foto sem crédito.

Montgomery Holanda

Acatando a sugestão do colega Kenard Kruel, a partir de agora estou engajado na campanha “vamos botar o bloco na rua”. Apenas com uma diferença: no sentido estrito da palavra. Já que a Justiça vai fazer novo mutirão, durante o mês de fevereiro, para soltar mais cerca de 700 presos, incluindo os habeas corpus, cujos despachos serão agilizados, aproveito a oportunidade para aconselhar e dar uma sugestão ao xerife Robert Rios:

- Esquenta não, delegado, como o princípio do Direito, a tal “dura lex sed lex” vem sendo obedecido à risca para beneficiar presos perigosos, faz teu mutirãozinho também. Por exemplo, detentos nas delegacias distritais, cujas prisões provisórias, incluindo as prorrogadas, venceram e eles não foram transferidos para as penitenciárias, como deveriam, dá um “abrete-te Sésamo”. Estufa a peito, manda soltar tudo mundo, esvazia as celas, para que a polícia civil possa trabalhar, obedecendo a Carta Magna do país - TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais - CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes (...).

“...mas, que beleza, tem Carnaval...” (Wilson Simonal). Isso mesmo, vamos botar o bloco na Avenida Marechal Castello Branco; vamos juntar essa gente aos que serão soltos pela Justiça, na véspera da folia de Momo. Como o Bosco, da Unidos da Saudade, desistiu de participar do desfile, eis uma boa oportunidade para preencher a lacuna, com outra escola de samba, com mais de 1.500 integrantes: “Os coitadinhos”. Às autoridades fica reservado um espaço para um bloco de “sujos”. E, quanto ao povão – o distinto e respeitável público -, assegure-se uma espaçosa área para a “pipoca”.

“...dizem que sou louco...” (Ney Matogrosso). Quem sabe, talvez, por conta desta minha idéia mirabolante, alguns queiram dizer que estou ficando maluco. Mas, aos que assim procederem, eu respondo, desde já, copiando o pensamento do excêntrico e genial Salvador Dali: “A única diferença entre mim e um doido é que não sou doido”.

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