quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Teresina à distância

Ponte João Luís Ferreira: Teresina / Timon.


Tenho dito volta e meia que o tema Teresina é travado na ponta dos meus dedos. E isso é verdade, pois nunca consegui escrever nada de substancial sobre esta cidade que um dia me acolheu em 1974 e que depois me expeliu de forma bruta e incontestável.

Reconheço que ao tentar escrever sobre a cidade sempre fui incompetente, piegas demais para o gosto público do meu amigo Airton Sampaio ou o para a gozação pujante de Manuel de Moura Filho, outro dileto amigo. Talvez um parágrafo sobre Teresina atingisse a delicadeza de João Luiz do Nascimento amigão, também, mas duvido muito

Teresina sempre foi, também, uma ferida travada na garganta em pleno sol a pino apesar das suas bodegas e dos seus calçadões solitários e depressivos neste momento.

Afirmo em primeira pessoa que me julgava incapaz de ter saudade assim de Teresina, mas ao me ausentar dela nestes últimos dias pude sentir que às vezes nascemos em uma cidade, mas a adoção de uma outra é mais profunda, é mais sentimental neste tempo de racionais e racionalismos. E tem sido assim, lampejos e fotos em preto e branco das suas avenidas, do burburinho dos seus bairros operários de fim de semana tem sido forte demais para quem um dia qualquer abominou e desdenhou da cidade de Afonso Mafrense.

Agora sento neste dia dos mortos aqui em Tuntum-Maranhão onde garimpo alguns reais para a sobrevivência, a imagem de Teresina corta o coração como gilete no pulso e a saudade bate dolorida com uma pontinha de raiva e tristeza. Teresina à distância, enfim, é o meu tema.

Nenhum comentário: