segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Jenipapo, 1823, a Batalha da Independência

Laurentino Gomes. Foto sem crédito.


O jornalista e historiador Laurentino Gomes, autor de '1808', acerca da vinda de D. João VI ao Brasil, lançará em setembro de 2010 o livro '1822', sobre a Independência de nosso país, destacando a Batalha do Jenipapo como uma das mais importantes para sua consolidação.
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A Coroa portuguesa pretendia manter sob seu domínio (via tropas comandadas pelo major João José da Cunha Fidié) as colônias do norte, formadas por Pará, Maranhão e Piauí.

Mas o espírito da Independência marcou presença: Parnaíba, sob a liderança de Simplício Dias da Silva, rebelou-se em 19.10.1822 (o berço da Independência no Piauí); Piracuruca aderiu em 22.01.1823; o 'Grito de Oeiras', capital da Província, aconteceu em 24.01.1823.

Em Parnaíba e Oeiras não houve confronto: os líderes rebeldes se refugiaram noutras paragens ou as tropas portuguesas estavam ausentes do local. Nas cercanias de Piracuruca aconteceu a 'Batalha do Jacaré' (10.03.1823), prelúdio do Jenipapo, em que se digladiaram comandados de Fidié e piauienses liderados por Leonardo Castelo Branco, resultando em um morto de cada lado.

Monumento do Jenipapo.
Detalhe do acesso à plataforma superior.
Campo Maior. Piauí. foto: Kaki Afonso. Julho/2008

A Batalha do (riacho) Jenipapo aconteceu em 13.03.1823, em Campo Maior-PI, 90 km ao norte de Teresina, quando as tropas portuguesas desciam de Parnaíba (foco inicial da revolta), passando por Piracuruca, com destino à capital Oeiras, onde em janeiro se dera o 'Grito'. Campo Maior fica como que no meio do caminho.

De um lado, Fidié e cerca de 1.100 comandados, com farta munição e armamento (inclusive artilharia), de outro, algo em torno de 2.000 camponeses (lavradores, vaqueiros), contingente em que se misturavam piauienses, maranhenses e cearenses, armados com espingardas, foices, facões, espadas e porretes.

Ao final, aproximadamente 400 rebeldes mortos. Os heróis do Jenipapo.

As tropas de Fidié, em decorrência das baixas sofridas e do alastramento da revolta, se viram compelidas a mudar de rumo, seguindo para Caxias, Maranhão, onde Fidié se rendeu em 31.07.1823.
Os heróis merecem destaque. Bom trabalho, meu caro Laurentino Gomes!

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(Fotos: acervo MeioNorte - Laurentino -; Alcilia Afonso - Kaki -; arquiteta: Monumento aos Heróis do Jenipapo; Campo Maior, BR 343, a 90 km de Teresina; projeto do arquiteto mineiro Raul de Lagos Cirne).

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