Viver em Teresina é fogo, meu irmão!
Eles estão espalhados pelas ruas, avenidas e praças de Teresina fazendo malabarismo, engolindo fogo, lavando o parabrisa dos carros, estendo a mão, oferecendo uma rosa, equilibrados em pernas de pau, pintados de palhaços, vendendo castanhas etc.
Estou falando dos "trabalhadores de ruas" (ou mendigos contemporâneos) que ocupam principalmente as passagens de pedestres próximas aos semáforos, aproveitam a parada dos veículos e ganham o pão de cada dia.
Além dos novos prédios que surgem a cada dia, fazem partem também da paisagem de Teresina essas crianças, adolescentes e adultos que tentam sobreviver estendendo a mão e / ou chapéu aos condutores e passageiros de veículos que, obrigados a frearem seus carros no sinal vermelho, ficam também obrigados a encararem e a refletir porquê aumenta tanto a população pobre do Piauí?
Mas a realidade é encarada apenas em poucos segundos. O sinal verde abre-se e o condutor do veículo segue o seu caminho sem querer saber que deixou no sinal vermelho milhares de pessoas fazendo malabarismo, engolindo fogo, lavando o parabrisa dos carros, estendo a mão, oferecendo uma rosa, equilibrados em pernas de pau, pintados de palhaços, vendendo castanhas etc e que são os potenciais atores do mundo do crime que aumenta a violência na Capital.
Essa forma de trabalho em Teresina, nesse tempo contemporâneo, substituem a forma de trabalho escravo predominante no século XIX... Serão estas formas de trabalho de rua atuais atrasadas em relação às formas de trabalho assalariado / formal da atual produção capitalista, representando assim um retrocesso? Estamos evoluindo e recuando ao passado?
Esse novo retrato de Teresina é a cópia das outras metrópoles do Brasil. Esses “trabalhadores de rua” são conhecidos como ambulantes e / ou trabalhadores informais e estão na busca frenética e incansável pela sobrevivência. Não há como escondê-los. A fome sempre os colocará nas ruas...
Conversando com esses menores de Teresina, o que mais nos emociona é ver que embora sejam embrutecidos pela dura realidade de sua condição de desamparo, eles têm dentro de si um potencial amoroso que está prestes a brotar, esperando apenas o estímulo positivo que a sociedade lhe nega.
Esse é a realidade contemporânea da primeira metrópole do Piauí com um universo carente e excluído. Quem está com medo da violência que aumenta a cada dia em Teresina, precisa ter atitude para também ajudar o menino pobre, miserável, favelado, drogado, indolente, delinquente, abordado pela polícia, punido, maltratado que ainda está sendo malabarista, engolindo fogo,lavando o parabrisa dos carros, estendo a mão, oferecendo uma rosa, equilibrado em pernas de pau, pintado de palhaço, vendendo castanhas etc.
ISTO É PIAUÍ.
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