terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Lembranças do Nós e Elis

Geraldo Brito: Kenard Kruel.

Olá, Rosa Magalhães! Como vai? Com esse negócio de trabalho, a gente fica ocupado demais e não consegue parar pra escrever alguma coisa, todavia agora vou escrevendo algumas lembranças que vão chegando à mente. Começaremos então com algumas delas:

Numa ligeira regressão, chegamos ao ano de 1984. Muita tensão, embora os dias da ditadura militar estivessem praticamente contados, eis que chegou o dia 25 de abril, dia da votação na Câmara dos Deputados, da emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para o ano seguinte, ou seja, 1985. Passei o dia em casa ensaiando para acompanhar a cantora Cláudia Simone, que iria interpretar uma canção de uma compositora que não me lembro agora o nome, no festival organizado pelo Diretório Acadêmico da UFPI. Chegou a noite e fui pro Theatro 4 de Setembro para o dito festival. Ao sair do Theatro, indaguei a respeito da votação, que ainda não tinha acontecido e isso ao redor da meia-noite. Tal fato só foi acontecer às duas da madruga já no dia 26. Resultado: a emenda não foi aprovada. Decepção geral principalmente por alguns deputados que ficaram em cima do muro e não compareceram. Mas, tudo isso só pra lembrar que nessa noite seria inaugurado o bar Nós e Elis, onde antes funcionara o Quinas Bar (local onde houve um incidente envolvendo o meu amigo Peinha do Cavaco, que foi torturado pelas garras da algoz ditadura militar). Todavia nessa noite não compareci ao evento (não me lembro agora a razão), mas logo, logo, tornei-me um assíduo frequentador do bar e também um dos músicos que mais participaram da agenda da casa. Fantásticas noitadas aconteceram ali. Lembro de uma em 1985, por ocasião da presença da cantora Gal Costa em Teresina, apresentando o seu show BEM BOM. Após o show a equipe técnica da cantora compareceu em peso ao bar, onde as atenções foram voltadas para o técnico de som Rogério Costa, irmão da cantora Elis Regina. Detalhe: todos os copos do bar eram padronizados com fotos de Elis, o que foi o bastante para irritação de Rogério, que argumentava o fato da imagem da cantora está vinculado a bebidas. Rogério, procurou o proprietário do bar Elias Ximenes,que após horas de conversa conseguiu conciliar tudo.

Outro incidente aconteceu no finalzinho do ano de 1985. Quatro rapazes chegaram ao bar por volta das 21:00h, sentaram e após umas e outras começaram a aprontar, fazendo aposta para ver quem conseguia acertar num pobre gatinho indefeso que estava passeando numa cerca de madeira que circundava o ambiente. Um deles atirou e errou o alvo, o que foi o necessário para o Elias ficar uma fera e imediatamente chamar uma viatura da polícia. Com a presença dos “ôme”, os vândalos fugiram, sendo perseguidos pela viatura e acompanhado por vários clientes do bar, que clamavam por justiça. Mas, a polícia prendeu os rapazes e após um tempo de interrogatório, diziam-se policiais federais. O delegado Torres requisitou o superintendente da polícia federal, que ao chegar à Delegacia, desmascarou os mentirosos e ainda descobriu que o líder do bando era Paulo Andrade, filho de Castor de Andrade.

Mandarei mais informações. Abraços GB.
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Geraldo Brito: Como aperitivo tá bom. Abre o nosso aperitivo para um jantar promissor (espero que este não demore - Joca Oeiras).

Um comentário:

Paulo Aquino disse...

Esse GB tem uma memoria! lembrar do dia, mês, ano e o nome das pessoas não é pra qualquer vivente...Aê Geraldim, mandou bem.

Paulo Aquino