Des. Luiz Brandão de Carvalho.
Foto: Dinavan Fernandes.
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Terça-feira passada (17/2/2009) recebi um telefonema dramático de pedido de socorro de um senhor chamado Miguel Laurentino Mourão. Ele pediu a minha presença urgente em um bairro de Teresina chamado Monte Verde, porque lá estavam oficiais de justiças, soldados fortemente armados e vários capangas despejando vários posseiros por ordem do desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho.
Terça-feira passada (17/2/2009) recebi um telefonema dramático de pedido de socorro de um senhor chamado Miguel Laurentino Mourão. Ele pediu a minha presença urgente em um bairro de Teresina chamado Monte Verde, porque lá estavam oficiais de justiças, soldados fortemente armados e vários capangas despejando vários posseiros por ordem do desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho.
Já atuei muito em defesa desses pobres piauienses, enfrentei policiais, briguei com Juizes e Oficiais de Justiça, mas o que vi terça-feira passada, sofri muito, tal foi a frieza, com um misto de tristeza, que vi nos rostos dos cumpridores da bruta decisão do desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho.
Na desocupação, tudo foi muito bem planejado para que população não tomasse conhecimento desse atentado contra os Direitos Humanos no Piauí. Eram muitos os policiais e estavam fortemente armados. Não havia a menor condição de resistência... A medida que as casas eram destruídas vários capangas ficavam de guarda daquela área desocupada para evitar o retorno do pobre morador que, humilhado, havia sido retirado da residência.
Já envolvido no drama solicitei o número do telefone do Oficial de Justiça para que este pudesse receber uma contra-ordem. Tendo este negado e dito que nem se o Presidente do Tribunal do Piauí dessa uma ordem pelo telefone não cumpriria. Cumpriria apenas ordem por escrito. Tentei de todas as formas falar com o juiz da 2ª Vara Civil para que reconsiderasse sua decisão, mas não foi localizado. Da mesma forma tentei falar com o presidente do TJ e com a corregedora, mas também não foram localizados. Tentei conceder uma entrevista pelo telefone a um canal de TV, mas o programa havia teminado...
As casas continuaram sendo destruídas uma a uma....Vários caminhões foram contratados pelos autores da ação (Desdedit Melo Castelo Branco e Jaira Tajra Castelo Branco), que se dizem proprietários de uma área ocupada há mais de 20 anos e que os moradores têm um documento de desapropriação feito pelo falecido ex-prefeito de Teresina Wall Ferraz, que deve ter se mexido na cova.O mais dramático foi quando eu, e meu amigo José Braga, acudimos o pobre piauiense Miguel Lauretino (que havia telefonado pedindo socorro). Quando viu aqueles policiais fortemente armados adentrando a sua residência, não agüentou e desmaiou... A revolta fez o meu coração pulsar muito forte. Quase desmaiei também. Mas tive força para socorrê-lo, massageando o seu coração e em seguida dando-lhe água....
Ainda não conheço os autos desse processo, mas os pobres piauienses que foram jogados fora de suas residências no Monte Verde terão a minha defesa jurídica. Buscarei a punição para todos os culpados responsáveis por aquela tragédia.
ISTO É PIAUÍ!
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