Governador Wellington Dias.
Foto sem crédito.
O governador Wellington Dias demonstrando muita preocupação com a insegurança, sobretudo pelo período de carnaval, propôs fazerem um mutirão para julgamentos e não para soltura. "Não posso admitir que pessoas inocentes morram por conta da irresponsabilidade de quem tem o dever de garantir a ordem, a justiça e a paz social".
O supervisor do mutirão criminal, desembargador Edvaldo Moura, disse que é compreensível a preocupação, mas tem que cumprir a lei e o que estiver preso ilegal tem que ser solto, sob pena de estar cometendo uma outra ilegalidade por mantê-lo preso.
O governador Wellington Dias disse que compreende e respeita "o cumprimento da legislação, por não haver obediência aos prazos, mas fazemos outro alerta: não se tratam só de presos de crimes comuns. Existe um grande número de pessoas que assaltaram com arma de fogo ou arma branca, homicidas e estupradores. Pessoas que respondem por crimes graves, portanto temos que repensar tudo isso".
O governador conversou com o secretário de Segurança Pública Robert Rios Magalhães sobre o assunto. Para o nosso xerife, a Justiça está prestando um desserviço à comunidade colocando tantos bandidos nas ruas, nas vésperas do carnaval. Robert Rios considera que a população vai ficar mais assustada e temerosa com mais de 700 bandidos perigosos nesse período. Robert Rios defendeu um mutirão para fazer o julgamento dos processos ao invés de liberar os presos.
- "O trabalho é o mesmo, tem que analisar processos, ver a legalidade e com a mesma presteza que teve o mutirão para soltura, só que iria deixar a população mais tranqüila. Todas às vezes que nós tivemos soltura em massa no Piauí, no outro dia tivemos pessoas morrendo. Quem vai devolver a vida dos nossos cidadãos? Quem vai devolver a vida do Francisco Araújo Ramos, assassinado com um tiro na cabeça pelo Francisco Gilson da Costa Carneiro, durante assalto na Padaria Modelo no último domingo, às 19 horas? Quem vai indenizar o encadenador Francisco de Assis Monteiro, que está gravemente ferido no quarto 220 do HUT pelo mesmo assassino do cidadão Francisco Araújo Ramos? Essa pessoa foi morta por um bandido perigoso que foi preso e solto de maneira irresponsável. De um lado há os Direitos Humanos individuais, mas existem também os coletivos", ressaltou o nosso xerife.
- "Estes bandidos estão sendo soltos, porque as autoridades competentes não cumpriram com a sua parte: ou o processo foi engavetado em algum lugar ou não se conseguiu realizar as audiências e alguém deu um parecer, ou o juiz não conseguiu dar a sua decisão. Entendo que a lei deva ser aplicada, mas para salvar e não matar pessoas inocentes, trabalhadoras, honestas, pais de família", desabafou o governador Wellington Dias.
Um comentário:
Kruel,
Nada sei de leis ou atalhos. Fico até comovido que alguns advogados, promotores e desembargadores zelem pelo cumprimento à risca da Lei. O Estado de Direito é isso? Deve ser. Mas na minha santíssima ignorância, creio que não se pode beneficiar uma minoria em detrimento da maioria. São 700 detentos aguardando julgamento. São mais de 700 mil cidadãos e cidadãs aguardando, temerosos, o "mutirão da soltura" que irá beneficiar, indiscriminadamente, de ladrões de galinha a estupradores e homicidas. Eu, como cidadão, pai de família, avô e cumpridor das leis sinto-me desamparado, desprotegido. Será se não existe uma interpretação da Lei que beneficie o cidadão? Será se os Direitos Humanos não nos alcançam? Criou-se um nó górdio na Justiça e a solução que encontram é cortá-lo quando deveriam desatá-lo. Se um nó foi feito, pode ser desfeito. Cortar é medida desastrosa com consequências danosas para toda a sociedade.
Por que a Justiça, sempre tão morosa, agora quer ser célere? O perigo é que o bandido solto não vai identificar ou escolher suas vítimas. Pode ser qualquer um, inclusive aqueles que os soltaram.
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