Roberto Carlos, o Rei em Jerusalém.
José Maria Vasconcelos
josemaria001@hotmail.com
Quer ouvir música de ouro? Escute "Jerusalém de Ouro", na voz do Rei, gravada durante show naquela cidade bíblica, Especial de Fim de Ano da TV Globo. Quando ouvi pela segunda vez, sozinho no meu quarto, umedeceram-me os olhos, lembrando-me de Israel, terra encantada pelo empreendedorismo, saga e pujança do povo, e a forte manifestação sobrenatural incrustada na ancestral arquitetura e geografia do país.
Roberto Carlos, acompanhado por coral de trinta brasileiros que vivem em Israel, cantou a música "Jerusalém de Ouro"(Yerushalaim Shel Zahav), primeiramente em português, depois em hebraico, sob aplausos e solo da plateia, em espaço aberto de mil metros quadrados. "Jerusalém de Ouro", obra-prima da canção popular hebraica, segunda mais popular depois do hino nacional. Povo apaixonado pela sua cidade sagrada, ancestral, sobre o Monte Sião. O território de Israel, para o judeu, é uma dádiva de Deus. Povo democrata e unido: judeu não mata judeu. Homens costumam andar nas ruas de mãos dadas. Ai de quem afrontar um descendente de Abraão, inclusive na cultura árabe.
"Jerusalém de ouro" foi apresentada ao povo de Israel e ao mundo, em 1967. Naomi Shemer, cantora popular, foi convidada, junto com outros quatro colegas, para compor a música que seria apresentada durante o Festival da Canção de Israel, 1967.
Três semanas após a apresentação oficial de Yerushalaim shel Zahav, eclodiu a Guerra dos Seis Dias. No dia 7 de junho de 1967, o Exército de Israel capturou a Cidade Velha de Jerusalém, um momento histórico para o povo judeu, que, depois de centenas de anos, voltou a ter toda a cidade e demais outras em suas mãos.
"Jerusalém de Ouro" reproduz o sentimento de posse da terra, depois de dois mil anos de diáspora(dispersão do povo judeu pelo Império Romano, ano 72 depois de Cristo) e sionismo (reunificação, em 1948, pela ONU). A canção exalta a épica nação judaica e o momento em que uma parte do território, que a ONU não havia anexado ao Estado (Mar Morto, Jericó e parte mais antiga de Jerusalém,) foi conquistada na Guerra dos Seis Dias, 1967.
Roberto Carlos retirou do texto passagens que ferem interesses do povo palestino, que tenta o reconhecimento de sua soberania. O poema, bastante reduzido, ficou suave e romântico, uma canção que reflete, também, o sentimento brasileiro de convivência pacífica com qualquer nação. Desfrute a tradução de um belo hino que lembra salmos do rei Davi:
"Das montanhas
O cheiro agreste
O vento é uma carícia
A árvore dorme em pedra e pó
Mas a cidade não está só
Jerusalém toda de ouro
Minha eterna namorada
Estou aqui com meu calor
Minha fé, meu amor. "
Só falta você e a mídia, em geral, compartilharem comigo o bom-gosto musical, tão raro nos espetáculos e meios de comunicação. clique aqui.
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