domingo, 29 de janeiro de 2012

poesia, pois é, poesia



Colho os grãos de sal
dissolvidos em madrugada
tua face teima
num espelho submerso
e não consigo compor
a matéria que me falta.


Vasculho as manhãs
e posso respirar-te
e sentir nos galos os acordes de teu nome
no entanto queimo meu corpo
no metal das tardes
em tentativas azuis
e lilases desencantos.

Longe de ti, que nunca encontrarei,

os dias passam assustando
passarinhos nas calçadas.

Graça Vilhena 
desenho: Amaral, Teresina

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