A. Tito Filho. Foto: Paulo Gutemberg.
Montgomery Holanda
“...a buliçosa Teresina das pracinhas, do namoro de olhos, do cinema romântico, da roda na calçada, a boa Teresina também copiaria o figurino das megalópoles, ela, cidadezinha dos sonhos dourados, se transformou em cidade grande...” (A. Tito Filho).
O professor, eterno apaixonado por Teresina, deve estar tremendo no túmulo, desgostoso com o que vem acontecendo com a sua musa inspiradora. As precinhas só servem como ornamentos urbanos, ninguém se arrisca a namorar. Os cinemas fecharam. Rodas de caçada, nem pensar, ninguém é doido.
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“Repleta de gente do interior, cansada, sem terra e sem casa, metida nos espaços miseráveis dos conjuntos habitacionais”, das vilas e favelas, Teresina mudou radicalmente e os sonhos dourados da população se transformaram em angustiantes pesadelos. A megalópole continua buliçosa, só que, agora, sob o terrível impacto da bulimia da bandidagem, apoiada pelo bulharaço provocado pelas autoridades, principalmente policiais e judiciárias, com os seus mutirões da verdade e da razão. Aliás, esse negócio de mutirão me dá nojo, pois tudo o que é gratuito não presta.
E, como não consigo entender bulhufas do que realmente está acontecendo, já que continuo enclausurado e desarmado, preso por conta própria, sem precisar de mutirão para me libertar, mas temendo os que estão soltos e armados até os dentes, prefiro não bulir nesse escarcéu politiqueiro, e escafeder-se por aqui. Estou fora dessa briga. Pelo menos enquanto passa a tormenta, esperando o fim desse círculo vicioso do prende-e-solta; volta a prender, volta a soltar, “teje preso..., teje solto”.
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